O mercado automóvel continua a ser um dos mais dinâmicos da economia mundial. No início da produção em série era possível ter um carro de qualquer cor, desde que fosse preto. Assim ficou na história um dos legados de Henry Ford para a teoria do marketing quando lançou o primordial Model T.
Atualmente, qualquer automóvel pode ser adquirido numa variedade de dezenas de milhares de cores. Mas é no tipo de propulsor que reside hoje o grande argumento de venda. Seja pela economia e eficiência ou pela consciência ambiental, a procura por automóveis movidos a energias alternativas promete continuar a aumentar. Dos elétricos puros aos híbridos, a oferta crescente de modelos movidos a eletricidade é cada vez mais visível nas nossas estradas.
A preocupação com as alterações climáticas e os aumentos sucessivos dos preços dos combustíveis tornam a ideia de comprar um carro elétrico, muito atraente. E o número de clientes que entram nos stands à procura de informação sobre modelos elétricos continua a aumentar, em particular nas grandes cidades, onde fazem mais sentido para a maioria dos condutores.
Por cá, o mercado parece dar alguns sinais de recuperação, em particular nas vendas de automóveis ligeiros de passageiros do segmento dos elétricos (BEV) e dos híbridos plug-in (PHEV). Só no mês de março foram matriculados 1691 elétricos e 1303 híbridos plug-in, gasolina e diesel, de acordo com dados da Associação Automóvel de Portugal (ACAP).
Considerados amigos do ambiente, os elétricos puros utilizam apenas a energia acumulada nas baterias. O preço e a autonomia são fatores críticos a ter em conta. Os híbridos combinam um motor de combustão com um, ou mais, motores elétricos. A autonomia elétrica não é tão crítica, nos casos em que o motor de combustão funciona em paralelo, mas o preço mantém-se como um aspeto a considerar. Mas qual será a escolha mais acertada?
Quais são os diferentes tipos de carros elétricos?
Atualmente, existem três tipos de carros elétricos: híbridos, híbridos plug-in e elétricos.
Os híbridos (HEV) combinam o motor elétrico e motor a gasolina. No entanto, eles não podem ser carregados numa tomada convencional nem num posto de carregamento. O motor elétrico é alimentado por baterias que carregam energia a partir da travagem regenerativa, por exemplo, ou de outros sistemas que aproveitam a energia cinética. Embora os híbridos sejam mais eficientes e menos poluentes, não são tão ecológicos como os híbridos plug-in ou os elétricos puros.
Os híbridos plug-in (PHEV) podem ser carregados numa tomada convencional e nos postos de carregamento públicos, permitindo conduzir durante a maior parte do tempo em modo elétrico. Com diversas variantes, existem no mercado híbridos plug-in que, estando totalmente carregados são capazes de percorrer distâncias entre 15 e 150 km em modelos mais recentes, apenas com energia elétrica. Embora os híbridos plug-in ofereçam o melhor dos dois mundos, o preço é habitualmente superior ao de um híbrido sem tomada.
Os automóveis elétricos (BEV) dependem totalmente da energia acumulada em baterias. Os modelos mais recentes oferecem autonomias superiores a 400 km de condução sem paragens. Na maioria dos casos, carregar um carro elétrico é mais barato do que atestar o depósito com os combustíveis convencionais. As maiores desvantagens dos carros elétricos acabam por ser a autonomia para longas distâncias e a oferta limitada de postos de carregamento, em algumas regiões.
Oito pistas para escolher o carro ideal
Escolher um automóvel pode não ser tarefa fácil. A oferta é imensa e um carro não é uma peça de roupa ou um acessório de moda que podemos trocar, num determinado prazo.
A compra de um automóvel implica, na maioria dos casos, um investimento que deve ser calculado em função das disponibilidades financeiras de modo a não implicar desequilíbrios na gestão das despesas mensais e familiares, caso existam. É uma daquelas decisões que põe à prova o equilíbrio clássico entre a emoção e a razão. Porque muitas vezes escolhemos o carro apenas por gostar do modelo e não por ser a opção mais acertada. Se está a pensar em comprar um carro e tem muitas dúvidas, siga as pistas que lhe deixamos para o ajudar a fazer uma escolha tão racional quanto o seu coração permitir:
1. Defina um orçamento
Avalie as opções, considere os preços propostos e calcule o impacto financeiro na sua economia pessoal. Projete o valor que pode gastar e respeite esse limite. Quando chega a hora de adicionar os extras é muito fácil perder o controlo e começar a somar pequenas parcelas que fazem disparar o preço final. Lembre-se que obter o melhor de dois mundos nem sempre é possível.
2. Avalie os custos da manutenção programada
Ao longo da vida útil do automóvel, uma revisão anual é o mínimo exigido pelos construtores, mas pode haver intervenções mais frequentes se o desgaste de componentes ocorrer mais cedo do que o previsto. Ainda que não contemple avarias pontuais, calcule o custo total com as revisões previstas num prazo de 4 ou 8 anos.
3. Analise as opções de compra
Com base no orçamento, avalie as diferentes formas de aquisição. Pode consultar uma empresa especializada ou uma instituição financeira para conhecer as alternativas. Existem várias opções com impactos financeiros diferentes consoante os casos, por isso é importante analisar todas as condições. O crédito automóvel continua a ser a solução mais procurada pelos portugueses, sendo concebida especificamente para financiar a compra de carros novos ou usados. As garantias e o facto de registar, desde logo, a propriedade do carro em nome do comprador são aspetos que distinguem a opção de financiamento oferecida pela plataforma de classificados PiscaPisca.pt. O prazo, as taxas e as mensalidades fixas juntam-se a um seguro de proteção ao crédito e à flexibilidade na escolha da data do débito da prestação, integrando um produto financeiro muito simples e com rapidez na decisão.
4. Calcule os custos de utilização
Na prática, as despesas com um automóvel começam assim que fecha o negócio. Depois do registo vem o seguro e, em seguida, o combustível ou a energia elétrica que vai consumir. Estime a quilometragem média que vai percorrer mensalmente e converta em despesa fixa. Este também é um bom indicador para o ajudar a escolher a motorização mais adequada, afinal um baixo custo de utilização pode transformar o caro em barato, suplantando o valor pago inicialmente.
5. Considere o valor de retoma
O ciclo de vida útil dos automóveis tem vindo a tornar-se cada vez mais curto. Atualmente a média situa-se em quatro anos, mas a realidade do parque automóvel português está ainda longe desse ritmo. Em qualquer caso, é bom ter em conta a eventualidade de revender o carro, o que implica uma desvalorização. A maior perda de valor ocorre logo ao fim do primeiro ano, podendo atingir dois terços ao fim de três anos, dependendo do estado. É uma questão difícil, mas pode seguir a regra de que os modelos mais procurados apresentam desvalorização mais lenta. Os carros menos vendidos tendem a registar maior desvalorização.
6. Preveja as rotinas de uso
Quais são as utilizações que pretende dar ao carro? Trajetos pendulares casa/trabalho ou viagens longas todas as semanas? Tem uma família grande ou desloca-se sozinho? Animais de companhia, bicicletas, pranchas de surf? Responder a estas questões ajuda a escolher o modelo mais adequado, seja um utilitário para a vida na cidade ou um SUV para incursões fora de estrada em dias de lazer e aventura.
7. Pondere novos e usados
Muitas vezes é possível encontrar um modelo usado, idêntico a um novo, com pouco desgaste e preço bastante inferior. No mercado de usados, compare modelos com as mesmas características e o mesmo nível de equipamento, a mesma idade e quilometragens idênticas. Verifique sempre a documentação, os registos da manutenção e a existência de duas chaves ou comandos. Se possível, numa venda particular, peça para realizar um teste na oficina da marca.
8. Conduza antes de decidir
Tal como experimentar um sofá ou uma cama numa loja de móveis, conduzir um automóvel é uma oportunidade que não deve desperdiçar se pretender tomar a decisão mais acertada. Pode avaliar a dinâmica do modelo, a forma como se sente mais ou menos confortável ao volante, o funcionamento dos motores e dos equipamentos, como o sistema multimédia ou o GPS. É possível e até recomendável experimentar modelos de marcas diferentes, para ter uma perceção mais realista sobre as diversas alternativas disponíveis no mercado.