O Banco Montepio registou o terceiro trimestre consecutivo de resultados positivos, com um lucro de 11,4 milhões de euros nos primeiros três meses do ano – o que compara com os prejuízos de 15,9 milhões do período homólogo. Mais 244 colaboradores saíram do banco, em comparação com o final do primeiro trimestre de 2021, e 37 agências foram encerradas, ajudando a uma melhoria de 6% nos custos operacionais que contribuiu para o resultado positivo.
Além da redução dos custos operacionais, que surge no âmbito do plano de reestruturação que o Montepio tem em curso, a melhoria dos resultados líquidos deveu-se ao facto de o banco ter realizado menos imparidades e colocado de lado menos provisões – o que teve um impacto positivo de 36 milhões. Por outro lado, deu-se uma subida dos resultados em operações financeiras, no valor de 15,6 milhões, basicamente reavaliações cambiais e proveitos com a venda de títulos de dívida pública.
Por outro lado, o banco já contabilizou neste trimestre 11,7 milhões de euros em contribuições extraordinárias sobre o setor bancário – ou seja, um valor que até superior aos lucros. O banco também cobrou 30,7 milhões em comissões no trimestre, mais 3,7 milhões do que no período homólogo – “comissões de mercado, com serviços de pagamento, com operações de crédito e com a manutenção e gestão de contas”, diz o banco.
Relativamente ao negócio, o crédito a clientes (líquido de imparidades) somava no final de março 11.796 milhões, mais 128 milhões (1,1%) do que o valor registado no final de 2021. Este aumento foi conseguido apesar de estar aqui incluído um corte dos chamados NPE (exposições não produtivas) em 372 milhões face ao período homólogo, o que foi conseguido em parte com a venda de carteiras de crédito malparado.
O chamado rácio NPE, um indicador importante para o Montepio dado o atraso que o banco tem nesse processo em comparação com os concorrentes, melhorou de 10,7% (em março de 2021) para 7,8%, ainda assim acima da média do setor.
Já a margem financeira baixou ligeiramente para 57,1 milhões nos primeiros três meses de 2022, o que compara com os 57,9 milhões registados no período homólogo de 2021. Este é um indicador que, em termos simples, traduz-se na diferença entre aquilo que o banco paga para se financiar (depósitos, BCE, etc) e aquilo que cobra nos créditos que concede.
No caso do Montepio, este indicador voltou a baixar, “refletindo a redução do custo com os depósitos de clientes, o aumento dos proveitos nas aplicações e tomadas de fundos e o menor contributo dos proveitos relacionados com o crédito a clientes”.