O cônsul-honorário de Portugal em Durban, Elias de Sousa, deixou este sábado pouco antes do meio-dia (11:00 em Portugal) a morgue de Pinetown, confirmando que ali se encontra o corpo do ex-banqueiro João Rendeiro.

Com um lacónico “confirmo” durante breves declarações ao jornalistas, Elias de Sousa e a esposa deixaram o local com um semblante agastado e sem prestar mais declarações.

O corpo de João Rendeiro chegou à morgue a meio do dia, na sexta-feira, e a autópsia só poderá acontecer a partir de segunda-feira, altura em que são retomados os trabalhos após o fim-de-semana, referiu fonte do serviços forenses sul-africanos.

O corpo foi identificado ainda na sexta-feira pelo cônsul-honorário e este sábado procedeu-se ao preenchimento de documentos associados ao caso.

Segundo a mesma fonte, os resultados da autópsia deverão passar depois pela equipa de investigação do caso.

As instalações dos serviços forenses ficam junto a uma zona industrial e comercial que está deserta por ser sábado.

Pinetown é um subúrbio de Durban, cuja morgue é a mais próxima da prisão de Westville, onde João Rendeiro estava detido, a cerca de 10 quilómetros.

Além de quem lida com o caso, a morte de João Rendeiro passa ao lado da atualidade sul-africana.

Ao contrário do que acontece em Portugal, o assunto está fora do radar mediático: há alguns artigos em portais na Internet sobre um “banqueiro português fugitivo que morreu na prisão”, mas não faz parte das capas nos quiosques de Durban desta manhã.

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O antigo presidente do BPP João Rendeiro, detido na África do Sul desde 11 de dezembro de 2021, após três meses de fuga à justiça portuguesa para não cumprir pena em Portugal, morreu na quinta-feira à noite na prisão de Westville.

A advogada do ex-banqueiro, June Marks, afirmou que que Rendeiro foi encontrado morto na cela, na véspera de uma sessão preparatória para o julgamento do processo de extradição para Portugal, previsto para 13 a 30 de junho. As autoridades sul-africanas estão a investigar as circunstâncias da morte.

João Rendeiro foi condenado em três processos distintos relacionados com o colapso do BPP, tendo o tribunal dado como provado que retirou do banco 13,61 milhões de euros.

O colapso do BPP, em 2010, lesou milhares de clientes e causou perdas de centenas de milhões de euros ao Estado.