Uma vitória em três sets frente ao italiano Thomas Fabbiano, outro triunfo a três sets com dois tie breaks à mistura com o brasileiro Felipe Meligeni Alves, um novo sucesso a três sets diante do húngaro Zsombor Piros que tinha surpreendido ao eliminar Sam Querrey logo na primeira ronda do qualifying. Nuno Borges iria fazer a estreia nesta fase preliminar de um Grand Slam e não poderia ter terminado com um resultado melhor, assegurando a entrada no quadro principal de Roland Garros, o segundo Major da época.
Borges vence última ronda do qualifying de Roland Garros e avança para o quadro principal
“É um sentimento muito especial, não há muito a dizer. Estou a surpreender-me, mesmo à grande, não pensei qualificar-me. Não têm sido as minhas condições favoritas, não tenho jogado sempre o meu melhor ténis. Mas pelo menos sinto que estou em boa forma. Isso tem pago os jogos. Isso tem-me dado pontos, para além da minha motivação e do querer, que têm estado sempre lá. Agora vou sem expectativas. É a minha primeira vez, o meu primeiro jogo à melhor de cinco sets. Espero apenas estar à altura do encontro. E venha quem vier, vou sem dúvida desfrutar ao máximo porque vai ser uma experiência incrível para mim”, comentou o jogador português que se juntou a João Sousa (singulares e pares) e Francisco Cabral (pares) no quadro principal do torneio gaulês, em declarações ao jornal Record após a qualificação.
“Jogar com Nadal ou Djokovic? Seria feliz das duas maneiras. Mas se calhar apanhar um Nadal ou um Djokovic para garantir um jogo num Central era incrível, mas lá está não posso escolher. Estarei satisfeito com qualquer adversário. Agora é recuperar ao máximo. Depois sexta-feira e sábado é só gerir conforme o desgaste e as necessidades técnicas e mentais, entre outros aspetos. Mas tenho de estar pronto para jogar domingo, ou segunda, ou terça. Eu estou bem, tenho um ou dois dias para recuperar, estou confortável”, acrescentou. Foi mesmo no dia 1 de prova, este domingo. E com outro adversário de peso.
Nuno Borges teve que “trabalhar muito duro” para chegar ao “top 150” ATP
“Posso dizer que estou muito entusiasmado para me estrear no quadro principal contra um grande jogador. É, sem dúvida, o meu melhor momento de carreira e tenciono continuar a evoluir nos próximos tempos. Vou dar tudo contra o Khachanov e espero estar à altura do desafio. Ele é um jogador agressivo, grande e sei que joga bem em todas as superfícies. Não tem grandes limitações e, por isso, é que está onde está. Se não me engano, já esteve no top 10 mundial, por isso tenho um grande desafio pela frente”, dissera à agência Lusa o português que é o 126.º do mundo antes do jogo de estreia com o russo Karen Khachanov, 24.º do ranking mundial ATP e que já chegou a ser número oito da hierarquia do ténis.
Só esta presença já seria histórica, pouco tempo depois de uma marcante vitória em pares no Estoril Open com Francisco Cabral. E houve ainda mais um ponto importante nessa estreia num quadro principal de um Grand Slam, ao ganhar o segundo set frente ao russo que deixou tudo empatado para os parciais seguintes. No entanto, a maior valia e experiência do adversário fez a diferença, com uma passagem natural à segunda ronda após um triunfo por 6-3, 2-6, 6-4 e 6-4 que deixou Nuno Borges de fora de Roland Garros.
Em atualização