O ministro dos Negócios Estrangeiros da Finlândia, Pekka Haavisto, admitiu este domingo que veto turco à integração do país na NATO atrasará em “várias semanas” o processo de adesão.
A Turquia, enquanto membro da Aliança Atlântica, tem ameaçado vetar a entrada da Suécia e da Finlândia após acusar ambos os países de manterem ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), com o qual está em guerra há várias décadas e que considera um “grupo terrorista”.
Em entrevista ao canal televisivo finlandês Yle, Pekka Haavisto disse que o seu país continuará em conversações com a Turquia, mas que os prazos dilataram consideravelmente.
Contudo, revelou-se otimista sobre a resolução do diferendo entre os dois países, uma vez que Helsínquia pode garantir a Ancara que as ligações com o PKK serão supervisionadas com muito mais cuidado, conforme solicitado pelo Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan.
“É claro que podemos dar essas garantias à Turquia. Como o PKK é considerado uma organização terrorista na Europa, é importante prevenir atividades terroristas também na Finlândia. É importante darmos a nossa contribuição”, afirmou Pekka Haavisto.
A Finlândia não pode extraditar membros do PKK ou pessoas presumivelmente ligadas à organização na Turquia se concluir que a decisão vai contra o Estado de Direito.
“As decisões políticas não podem afetar o funcionamento do sistema judicial”, sublinhou o ministro dos Negócios Estrangeiros.
A Finlândia e a Suécia entregaram na quarta-feira os pedidos de adesão à NATO.
A intenção de adesão à NATO foi manifestada por Estocolmo e Helsínquia desde o agravamento da segurança causada pela guerra na Ucrânia, iniciada com a invasão russa em 24 de fevereiro.