A ativista e indígena brasileira Sônia Guajajara disse nesta segunda-feira que a escolha da revista norte-americana Time, de a incluir entre as 100 personalidades mais influentes do mundo em 2022, é um reconhecimento da luta indígena global.

“O reconhecimento da revista Time que me elege entre as 100 personalidades mais influentes de todo o mundo é um reconhecimento da luta indígena global, que é coletiva e defende o futuro de toda a humanidade. Demarcação Já! Viva os povos indígenas do Brasil!”, escreveu Guajajara, numa mensagem na rede social Twitter.

A ativista brasileira consta na lista de personalidades consideradas “pioneiras” pela Time, nesta segunda-feira anunciada.

Num texto de apresentação de Sônia Guajajara, assinado por Guilherme Boulos, coordenador do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto do Brasil, a Time destaca que a ativista é filha de indígenas que não sabiam ler e teve que sair de casa aos 10 anos para trabalhar.

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Apesar disso, ela [Sônia Guajajara] desafiou as estatísticas e conseguiu se formar na universidade. Desde tenra idade, ela lutou contra forças que tentam exterminar as raízes de sua comunidade há mais de 500 anos. Sônia resistiu e continua resistindo até hoje: contra o machismo, como mulher e feminista, contra o massacre de povos indígenas, como ativista, e contra o neoliberalismo, como socialista”, informou.

A revista norte-americana lembrou que Sônia Guajajara se tornou a primeira mulher indígena a concorrer a uma eleição presidencial no Brasil, em 2018, numa candidatura que dividiu com Guilherme Boulos.

“Hoje, como coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil, Sônia Guajajara está na linha de frente da luta contra o Governo [do Presidente brasileiro, Jair] Bolsonaro na tentativa de destruir terras indígenas, juntamente com a floresta amazónica”, acrescentou o texto da Time.

Milhares de indígenas acampam em Brasília em defesa das suas terras

O cientista brasileiro Tulio de Oliveira, diretor do Centro de Resposta e Inovação Epidemiológica da África do Sul, que ao lado do também cientista Sikhulile Moio identificou e relatou o surgimento da variante Ómicron do novo coronavírus em novembro passado, também foi incluído na lista das 100 pessoas mais influentes da Time em 2022.

Na rede social Twitter, Oliveira destacou ser “uma enorme honra estar com uma líder e ativista indígena, Sônia Guajajara, na lista dos 100 mais influentes da revista Time”.

“Vamos trabalhar para um Brasil melhor que respeite a ciência, a vida, a população indígena e a natureza”, acrescentou.