Uma primeira parte com um Sporting sempre melhor mas a não conseguir aguentar a vantagem larga até ao intervalo, um segundo tempo com um FC Porto a “esmagar” os leões a todos os níveis para uma vitória por 87-68. O jogo 1 da meia-final foi o mais desequilibrado em sete clássicos na presente temporada (4-3 em triunfos para os azuis e brancos) e abria ainda mais o interesse em relação à segunda partida entre a possibilidade de os dragões ficarem com a eliminatória quase fechada ou de haver uma reação dos leões a esse desaire. Ainda assim, o jogo, ainda mais intenso do que o de domingo, ficou marcado por mais do que isso, com um total de três desqualificações, uma longa paragem e ânimos exaltados entre um novo triunfo do conjunto portista que teve por base o menor número de erros técnicos na parte final.

Um início que se tornou demonstração de força: FC Porto “atropela” Sporting na segunda parte e ganha vantagem nas meias da Liga

Os leões entraram apostados em corrigir a segunda parte do jogo 1, tendo uma desvantagem inicial de 2-0 mas não demorando a chegar a um avanço máximo de sete pontos (14-7) sempre com Travante Williams a ser o dínamo ofensivo da equipa verde e branca perante uma percentagem baixa de lançamento dos azuis e brancos. Ainda assim, e apesar dos resultados que a defesa visitante conseguiu, o primeiro período chegaria com apenas quatro pontos de diferença, por mérito do inspirado Francisco Amarante e por culpa do mau desempenho das unidades interiores do Sporting, a escolherem mal os seus lançamentos (18-14).

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O segundo período começou com as mesmas características, havendo sobretudo um crescimento do jogo interior do FC Porto a nível de ressaltos ofensivos que não se traduziam depois na pontuação, que voltou a chegar aos sete pontos com um triplo de Diogo Araújo antes da paragem técnica de Moncho López (25-18). Aí, o jogo começou por mexer e mudou mesmo até ao intervalo, com os dragões a passarem mais uma vez para a frente com um parcial de 9-0 entre um total eclipse do jogo ofensivo e defensivo do Sporting, o que levou o clássico para o descanso por dois pontos (34-32) mas de novo com a equipa da casa a conseguir minimizar o mau início com uma recuperação que lhe permitia estar em vantagem no marcador.

Esperava-se uma segunda parte intensa mas não demorou a passar das marcas (e muito). Com 8.17 para o final do terceiro período, e quando as equipas tinham apenas marcado dois ponto cada, aconteceu de tudo um pouco: João Fernandes e Morrison, que tinham ficado pegados na tabela contrária, continuaram as lutas de braços, Diogo Ventura sofreu falta de Rashard Odomes numa entrada para o cesto, António Monteiro pegou-se com o norte-americano dos azuis e brancos, Odomes ainda foi depois prolongar a picardia junto da roda dos jogadores leoninos e no final, após uma longa espera pela análise através das imagens televisivas, Monteiro, Fernandes e Odomes foram excluídos entre muitos protestos das bancadas junto do banco leonino, confusão e provocações mútuas na ida dos jogadores do Sporting para o balneário e ainda o aparecimento de um elemento do staff portista perto do banco dos leões que aqueceu os ânimos.

A longa paragem teve o condão de “acordar” as bancadas, colocar o ambiente efervescente e deixar o FC Porto com mais condições para agarrar o encontro perante as falhas sucessivas do Sporting no plano ofensivo e os lançamentos exteriores dos azuis e brancos que começaram a cair. Travante chegava ao final do terceiro período já com 23 pontos mas não podia fazer tudo e os azuis e brancos disparavam para a maior vantagem que tiveram ao longo da partida até então no final do parcial (59-51). A equipa da casa não estava perfeita nas ações ofensivas, com a percentagem de lançamentos de novo a cair, mas a dependência de Travante (que saiu mais cedo com a quinta falta, também ela muito protestada num lance com Morrison) e uma série de turnovers tiraram os leões do jogo para nova derrota por 74-71 apesar de terem andado apenas a uma posse a dois minutos e meio do final graças ao sucesso de uma defesa mista.

Assim, o FC Porto, fazendo prevalecer o fator casa, fica apenas a um triunfo de chegar à final da Liga e de eliminar o atual campeão, tendo esse primeiro matcht point na quinta-feira no Pavilhão João Rocha. Na outra meia-final, o Benfica ganhou também os dois jogos em casa com a Oliveirense e pode qualificar-se já esta quarta-feira em Oliveira de Azeméis para a fase decisiva após ter ganho a fase regular da prova.