O Sri Lanka recebeu a primeira remessa de um pacote de ajuda humanitária no valor de 16 milhões de dólares (15 milhões de euros) da vizinha Índia para mitigar a grave crise económica no país.

O embaixador indiano no Sri Lanka, Gopal Baglay, entregou a doação ao ministro dos Negócios Estrangeiros do Sri Lanka, Gamini Peiris, no domingo à noite.

A primeira remessa, no valor de 5,6 milhões de dólares (5,25 milhões de euros), inclui arroz, leite em pó e medicamentos essenciais.

Os bens serão distribuídos a famílias vulneráveis em diferentes partes do Sri Lanka, disse esta terça-feira a Embaixada da Índia em comunicado.

A doação foi feita pelo estado de Tamil Nadu, no sul da Índia, que tem laços linguísticos e culturais com a minoria tâmil do norte da ilha do Sri Lanka.

O Sri Lanka enfrenta a pior crise económica desde a independência do Império Britânico, em 1948. A crise levou dezenas de famílias a emigrar para Tamil Nadu.

A Índia também já tinha disponibilizado empréstimos e crédito no valor de 3,5 mil milhões de dólares (3,28 mil milhões de euros) para ajudar o país vizinho a adquirir alimentos, medicamentos e combustível.

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A linha de crédito indiana ajudou a ilha a garantir o recomeço do fornecimento de combustível no fim de semana, poucos dias depois do novo primeiro-ministro, Ranil Wickremesinghe, nomeado no início de maio, ter avisado que as reservas de gasolina estavam a esgotar-se.

Wickremesinghe foi designado pelo presidente do Sri Lanka, Gotabaya Rajapaksa, para suceder ao antigo primeiro-ministro e seu irmão, Mahinda Rajapaksa, demitido a 9 de maio depois de uma onda de violência que se propagou a toda a ilha e resultou em nove mortes.

Primeiro-ministro do Sri Lanka demite-se após semanas de protestos

A situação no Sri Lanka foi exacerbada pela falta de moeda estrangeira, o que levou a ilha a suspender temporariamente os pagamentos da dívida externa em abril e iniciar negociações com o Fundo Monetário Internacional para um possível resgate.

A dívida externa total do país é de 51 mil milhões de dólares (47,8 mil milhões de euros), sendo que a ilha deveria pagar 25 mil milhões (23,4 mil milhões de euros) até 2026.