A chegada de um treinador estrangeiro ao Benfica não é propriamente algo normal no passado recente, tendo em conta que é necessário recuar até 2008/09 para se encontrar o espanhol Quique Flores – que foi uma escolha muito apoiada pelo então administrador e hoje líder Rui Costa. E a chegada de um germânico ao comando técnico dos encarnados é ainda menos normal, por ter havido apenas um antes que foi Jupp Heynckes em 1999/00. No entanto, essas não foram as únicas coisas raras neste dia 1 de Roger Schmidt como sucessor de Nelson Veríssimo e as novidades começaram logo no aeroporto Humberto Delgado.

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Ao contrário do que costuma acontecer, o Benfica anunciou através dos seus canais oficiais o dia e a hora de chegada do antigo treinador do PSV (que saiu depois com um ligeiro atraso) e tinha tudo preparado para que o alemão pudesse prestar algumas declarações à chegada a Lisboa. Assim foi: bem disposto e de sorriso fácil após descer a rampa da zona de acesso às garagens com a mulher, o administrador da SAD Lourenço Pereira Coelho e o diretor de comunicação Pedro Pinto, Schmidt mostrou-se entusiasmado com o novo projeto desportivo que terá pela frente e deixou rasgados elogios à dimensão dos encarnados.

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“Estou muito feliz por estar aqui, fazer parte do Benfica e trabalhar nesta linda cidade e país. Aprecio muito o facto de as pessoas acreditarem em mim e vou dar o meu melhor para trabalhar arduamente com a minha equipa, os jogadores e jogar bom futebol para sermos bem sucedidos”, começou por dizer à BTV.

“O Benfica é um dos melhores clubes do mundo. Se amamos futebol, amamos o Benfica. Desde o primeiro momento, das primeiras conversas, esteve sempre na minha mente que poderia ser uma ótima opção fazer parte deste clube e desta família. Estou entusiasmado. Acho que a nova época será um novo começo. Quero ter as minhas próprias primeiras impressões e é para isso que estou aqui, para começar a trabalhar. Posso prometer que vamos trabalhar muito para mostrar grande espírito e mentalidade, assim como bom futebol. Os jogadores têm de fazer tudo para ganhar os jogos. Liga dos Campeões? É sempre importante para as equipas que têm de jogar a qualificação. Para nós é igual. Neste momento isso ainda está muito longe, agora estamos a trabalhar nos bastidores e temos de nos focar nos treinos e no resto”, acrescentou o treinador que teria no “menu” do dia inicial passagens pela Luz e pelo Seixal.

“Tenho o conhecimento suficiente da Primeira Liga, sei o suficiente. Tenho experiência noutros países. Sei que Portugal é um grande país e estou entusiasmado por aqui estar. Ricardo Horta? Não é o momento para abordar o mercado, acho que tudo tem de acontecer nos bastidores. Precisamos de ajustes no plantel, apesar de haver coisas certas, mas precisamos de preparar a equipa para a próxima época. O momento não é agora”, completou ainda no aeroporto Roger Schmidt sobre os possíveis reforços.

O treinador alemão seguiu do aeroporto para o Estádio da Luz, onde estava à sua espera o presidente Rui Costa. E o momento simbólico da assinatura de contrato que estava há muito apalavrado foi feito em pleno Museu Cosme Damião tendo as duas Taças dos Clubes Campeões Europeus como pano de fundo. Mais tarde, por volta das 16h, Schmidt rumou ao Benfica Campus, no Seixal, para conhecer as instalações da casa forte do futebol dos encarnados. “O primeiro dia presencial do técnico nas instalações do Sport Lisboa e Benfica será marcado por diversas reuniões de trabalho com Rui Costa e Lourenço Coelho, no Estádio e no Benfica Campus”, anunciaram os encarnados num texto publicado no site oficial.