O lançamento do Collision deste ano, que se realiza em Toronto, no Canadá, de 20 a 23 de junho, foi feito esta quarta-feira em Lisboa num evento em parceria com a Startup Portugal.
No ano passado, Carlos Moedas foi um dos oradores do Collision. Desta vez, o presidente da Câmara de Lisboa revelou que não irá estar presente: “Este ano não vou estar no Collision, mas para o ano prometo que vou”. Já Paddy Cosgrave garantiu que, em termos de participantes, este evento “tem metade do tamanho da Web Summit” e a “maioria das pessoas [esperadas no local] é da América do Norte”. Mesmo assim, há espaço para startups portuguesas.
Vários políticos portugueses (ainda não se conhecem os nomes) e gigantes tecnológicas — como o cofundador e CEO da Remote Marcelo Lebre e António Dias Martins, CEO da Startup Portugal — vão falar para mais de 33 mil pessoas em junho. No que diz respeito a startups portuguesas são esperadas cerca de 40 no Collision, sendo que já foi revelado o nome de algumas das “mais promissoras”:
HomeCarShare (do Funchal) é uma plataforma de reservas ao estilo Airbnb ou Booking.com, que partilha os seus rendimentos com os seus utilizadores.
Safecheck-in (de Braga) é uma plataforma de agendamento para a indústria da saúde, que afirma distinguir-se por ser “facilitadora, democrática, inclusiva e ‘userfriendly’ para todos os seus utilizadores”.
Wikinight (de Lisboa) é uma startup que permite descobrir discotecas, bares, casinos e eventos das diferentes cidades à distância de um clique.
Infinite Foundry (do Porto) é uma plataforma de cloud que com recurso ao 3D pretende melhorar a eficiência de produção de qualquer setor industrial.
DoleyApp (de Évora) é uma plataforma de comércio eletrónico e retalho que facilita o processo de instalação de aplicações e de pesquisa, compra ou reserva de produtos e serviços.
A edição do Collision do ano passado contou com celebridades como o antigo futebolista David Beckham, a atriz Nicole Kidman e o ator Ryan Reynolds. Em junho, vedetas como estas poderão ser deixadas de fora da conferência. Em conversa com o Observador, em Lisboa, Paddy Cosgrave referiu que as “celebridades tiraram o foco” do verdadeiro propósito deste tipo de eventos: dar a conhecer negócios promissores. O CEO da Web Summit garante que o objetivo não é apresentar ao público pessoas “que são famosas agora ou que foram famosas no passado”, mas sim “que serão conhecidas no futuro, daqui a cinco anos”.
Entre os oradores internacionais do Collision de 2020 destacam-se nomes como Ryan Petersen, CEO da Flexport, Nicolas Cray, cofundador da Blockchain.com, ou Thomas Dohmke, CEO da GitHub.
O “elefante na sala.” O evento da Web Summit no Rio de Janeiro
O diretor executivo da Startup Portugal, António Dias Martins, questionou Carlos Moedas e Paddy Cosgrave sobre o evento da Web Summit no Rio de Janeiro, que descreveu como o “elefante na sala”.
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Na resposta, Carlos Moedas foi vago ao afirmar que é “um grande fã” da feira tecnológica, que “tem um impacto imenso no país e não só em Lisboa”. “Ainda antes de ser presidente da Câmara [de Lisboa] já estava envolvido na Web Summit”, garantiu o autarca.
Carlos Moedas salientou que “não há nenhum elefante” na sala por se realizar um evento no Brasil. A Web Summit “está no Rio e estará provavelmente noutras partes do mundo, é bom para eles, é um bom negócio e estou muito feliz por eles”, vincou.
O compromisso da Web Summit com Portugal é a longo prazo”, afirmou acrescentando que Lisboa está comprometida em perceber como pode “fazer mais nesta parceria”.
Por sua vez, Paddy Cosgrave assegurou que o Rio de Janeiro vai continuar “sempre” a ser “um evento regional” e é uma “oportunidade” para o crescimento da Web Summit noutras partes do mundo (para além de Portugal e da América Latina) — como África ou Ásia. “A razão por que fazemos estes eventos regionais, em África ou no este asiático também, é aumentar a participação destas partes do mundo, que são muito importantes, e que acho que deveriam vir a Lisboa em grande número”, acrescentou o empresário irlandês.
O Collision, evento irmão da Web Summit, realiza-se em Toronto, no Canadá. São esperadas mais de 33 mil pessoas, mais de 1250 startups, 1.200 jornalistas, 850 investidores e 100 unicórnios vindos de mais de 140 países. Com a pandemia, nos últimos dois anos, este evento realizou-se apenas virtualmente. Este ano regressa ao formato presencial.