Há nove anos que a Pressley Ridge – Associação de Solidariedade Social se dedica à promoção da saúde mental em crianças e jovens através do surf. Em quase uma década, a praia de Carcavelos, em Cascais, já viu centenas de alunos de várias escolas do concelho (e da Amadora) a beneficiar do programa Surf.Art, que desde 2019 convence consecutivamente o júri do Prémio Infância, promovido pelo BPI e pela Fundação “la Caixa”.

A coordenação do projeto é do psicólogo Nuno Fazenda, que conta com o apoio de uma equipa multidisciplinar para coordenar a ação. E se a ideia já era bem recebida antes, durante a pandemia tornou-se ainda mais urgente proporcionar a prática do surf terapêutico às crianças e adolescentes – o público-alvo da Pressley Ridge – fora dos contextos onde estão inseridos, promovendo também o contacto com a natureza. A maioria vem de contextos socialmente desfavorecidos e nunca tinha experimentado surf ou sequer sabia nadar.

Todos os dias, grupos de 10 a 13 crianças e jovens (até aos 15 anos) aprendem a vencer os medos em cima de uma prancha. A equipa de Nuno Fazenda faz o resto, envolvendo a família, a escola e a comunidade. Há também um grupo alargado de voluntários que tem vindo a juntar-se à iniciativa, sendo que alguns têm formação específica em psicologia. Nas camisolas, há uma frase estampada que adotaram como mantra: “no mar somos todos iguais”.

É através da máxima “aprender fazendo” e das reflexões em grupo sobre as experiências no mar, que as crianças desenvolvem competências para a vida. Trabalham “a coragem, a confiança, o autocontrolo”, numa espiral que consegue mudar vidas. Dentro de casa, na escola e na comunidade.

Este artigo faz parte de uma série sobre solidariedade social e é uma parceria entre o Observador, a Fundação “la Caixa” e o BPI. O projeto Surf.Art, da Pressley Ridge, recebeu um financiamento de 40 mil euros, ao abrigo da edição de 2021 do Prémio Infância. Foi um dos 82 projetos selecionados desde 2019 (a partir de 491 candidaturas) entre iniciativas que visem quebrar o ciclo de pobreza, facilitar o desenvolvimento e empoderamento na infância e adolescência e potenciar a família como eixo de ação socioeducativa. As instituições privadas sem fins lucrativos podem candidatar-se à edição de 2022 até 27 de junho.

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Mental é uma secção do Observador dedicada exclusivamente a temas relacionados com a Saúde Mental. Resulta de uma parceria com a Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento (FLAD) e com o Hospital da Luz e tem a colaboração do Colégio de Psiquiatria da Ordem dos Médicos e da Ordem dos Psicólogos Portugueses. É um conteúdo editorial completamente independente.

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