Os corpos de mais dois mineiros, de um grupo de oito que estavam presos desde 16 de abril numa mina no Burkina Faso, foram encontrados no sábado, elevando para seis o número de mortos encontrados, anunciou o Governo do país.
“Operações de busca na mina subterrânea de zinco de Perkoa”, localizada a cerca de 100 quilómetros a oeste de Ouagadougou, “levaram à descoberta de mais dois corpos sem vida esta tarde [sábado]”, refere-se numa declaração governamental, acrescentando-se que a busca “continua a fim de encontrar os dois outros mineiros”.
Na terça-feira, tinham sido encontrados os corpos de quatro mineiros, 39 dias após o seu desaparecimento a uma profundidade de 580 metros.
Os oito mineiros – seis burquinabés, um zambiano e um tanzaniano – ficaram presos no fundo da mina de Perkoa, explorada pela empresa canadiana Trevali Mining, depois de fortes chuvas terem inundado as galerias subterrâneas onde trabalhavam a 700 metros abaixo do solo.
Desde o desaparecimento dos oito mineiros que não tinha sido estabelecido qualquer contacto com os trabalhadores, mas os socorristas ainda esperavam que os homens tivessem conseguido abrigar-se numa “câmara de refúgio” 580 metros abaixo do solo, onde os ‘kits’ de sobrevivência contendo água, alimentos e medicamentos são normalmente armazenados.
Os socorristas descobriram esta câmara vazia em 17 de maio, fazendo com que as esperanças de encontrar os mineiros vivos fossem quase nulas.
O desaparecimento dos mineiros suscitou grande emoção entre a opinião pública do país, tendo sido criada uma linha de solidariedade para os familiares das vítimas.
O óbito das primeiras quatro vítimas encontradas foi declarado na terça-feira pelo procurador do tribunal de grande instância de Koudougou, na região do Centro-Oeste, segundo a agência noticiosa France-Presse.
Desde 16 de abril, as equipas de resgate bombearam cerca de 165 milhões de litros da água que inundou as galerias.
Em 01 de maio, o Governo do Burkina Faso anunciou o início de uma investigação judicial para esclarecer os pormenores deste incidente e proibiu os responsáveis pela mina de saírem do país como medida de precaução.
Por sua vez, as famílias de seis mineiros apresentaram uma denúncia contra desconhecidos por “tentativa de homicídio involuntária”, “colocar em risco a vida de terceiros” e “não assistência a uma pessoa em perigo”.