Itália com cinco pontos, Hungria com quatro, Alemanha com três, Inglaterra com dois. O grupo A3 já era teoricamente o mais equilibrado na teoria entre os principais conjuntos na Liga das Nações mas mais ficou a partir do momento em que a formação magiar mostrou que a ideia de que estava ali apenas para fazer número não era bem assim. Reinava o equilíbrio e a quarta ronda, última antes da paragem e consequente regresso em setembro, surgia como momento fulcral para separar as águas. Que separou, mas não como se pensava na realidade que poderia acontecer. E aquele que deveria ser último está em primeiro.

Em condições normais, a goleada sofrida pela Itália na Alemanha por 5-2, com os germânicos a entrarem no último quarto de hora a ganhar por 5-0, seria o grande assunto da noite. Não foi. E não foi porque, em Wolverhampton, a Inglaterra sofria uma das maiores humilhações da história da seleção.

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Podendo reentrar na luta pelo primeiro lugar do grupo e consequente apuramento para a Final Four da Liga das Nações, os Três Leões sofreram aquela que foi a maior derrota caseira em quase um século (é preciso recuar até 1928 para encontrar um desaire tão volumoso). Imperou a lei da eficácia sobretudo na segunda parte, com a Hungria a marcar quatro golos nos cinco remates que fez à baliza de Ramsdale, mas foram demasiados erros dos ingleses no plano defensivo perante um conjunto magiar organizado e que já tinha causado problemas no Europeu num grupo onde estavam Alemanha, França e Portugal.

Há 60 anos que a Hungria não conseguia também marcar dois golos em jogos diante dos britânicos, sendo a primeira equipa a marcar por quatro vezes em terreno inglês desde 1953 quando se realizou em Wembley um encontro particular que ficou conhecido como “O Jogo do Século”, que acabou com o triunfos dos magiares, na altura a melhor equipa mundial, por claros 6-3. Roland Sallai, autor dos dois primeiros golos, tornou-se também o primeiro desde Hidegkuti e Puskas, que se destacaram em 1953, a bisar.

Um dos momentos do jogo acabou por ser a troca de Saka por Maguire, quando a equipa perdia por 3-0 e tinha acabado de ficar reduzida a dez por expulsão de John Stones, que levou a que se ouvisse no estádio “You don’t know what you’re doing” [“Não sabes o que estás a fazer”] para o selecionador Gareth Southgate. Além do último lugar no grupo com apenas dois pontos, contra sete da Hungria, seis da Alemanha e cinco da Itália com dois encontros por realizar, a Inglaterra soma só um golo… e de grande penalidade.