O tenista espanhol Rafael Nadal, vencedor dos dois “Grand Slams” disputados esta temporada, confirmou nesta sexta-feira que “em princípio” vai jogar em Wimbledon, depois de os tratamentos à lesão no pé esquerdo terem diminuído as dores que sentia.
“A minha intenção é jogar em Wimbledon. O tratamento e a semana de treino deram-me esperanças, e não iria [para Londres] se não tivesse a intenção de jogar. Viajo para Londres na segunda-feira, jogarei uma exibição em Hurlingham e farei uma semana de treinos para ver se é possível” disputar o terceiro “major” da época, revelou o número quatro mundial.
Numa conferência de imprensa em Maiorca, que gerou muita expectativa e na qual também confirmou que vai ser pai, o recordista de títulos do “Grand Slam” explicou que a dupla sessão de radiofrequência ao pé esquerdo, a que foi submetido numa clínica em Barcelona, “diminuiu a dor articular” que não o deixava apoiar o pé.
“Às vezes, fico com uma parte do pé dormente, outras vezes outra, e também sinto cãibras na planta do pé. Mas parece-me algo normal. Estou contente, para ser sincero. Estou há uma semana sem coxear”, acrescentou, alertando, contudo, que as sessões de radiofrequência não têm um efeito 100% imediato.
Há duas semanas, após sagrar-se campeão pela 14.ª vez em Roland Garros e ampliar para 22 o recorde de títulos do “Grand Slam”, o maiorquino, de 36 anos, deixou em dúvida a sua presença no All England Club, devido à lesão crónica no pé esquerdo.
“Wimbledon sempre foi uma prioridade. Se puder jogar com anti-inflamatórios, sim [estará presente]. Não quero colocar-me na posição de ter de jogar com injeções anestesiantes outra vez. Pode acontecer uma vez, mas não é uma filosofia de vida que queira seguir”, disse então, depois de revelar ter jogado infiltrado não só a final como vários outros encontros na “catedral da terra batida”.
Nadal sofre da síndrome de Müller-Weiss, uma doença degenerativa que evolui com deformidade de um osso essencial para a mobilidade e que o obrigou a terminar prematuramente a época de 2021, em agosto, devido a dores excessivas.
O antigo número um mundial vai assim regressar à relva londrina, onde se sagrou campeão em 2008 e 2010, após três anos de ausência.
“Há três anos que não jogo o torneio e estou motivado. Não sei o que pode suceder daqui a alguns dias, tenho de ser prudente, mas o que se passou até agora dá-me esperanças de que possa estar presente”, disse.
Vencedor dos dois “majors” disputados este ano — triunfou no Open da Austrália no final de janeiro –, Nadal tentou diminuir as expectativas para Wimbledon, numa altura em que há cada vez mais pessoas a falarem de um “Grand Slam” de calendário, algo que nenhum tenista masculino consegue desde Rod Laver em 1969.
“As sensações são boas, ter jogado bem em Roland Garros ajuda ao nível da confiança, mas a relva é uma superfície diferente e há pouca lógica [nos resultados]. E eu estou há três anos sem jogar em relva, pelo que será complicado. As primeiras rondas serão cruciais”, destacou sobre o torneio que decorre entre 27 de junho e 10 de julho.