Foi no passado dia 7 de junho que Märtha partilhou a boa nova na sua conta de Instagram. “Estou tão feliz em anunciar que estou noiva do Xamã Durek, aquele que faz o meu coração pular, aquele que me vê e reconhece o meu maior potencial, que me faz rir e com quem posso ser vulnerável. O amor transcende e faz-nos crescer. E estou tão feliz por continuar a crescer com este homem lindo.”, escreveu junto da imagem do casal.
O debute oficial do par em compromissos no seio da família real aconteceu esta quinta-feira quando Durek Verrett se juntou aos seus futuros genros no jantar do 18.º aniversário da princesa Ingrid Alexandra, a segunda na linha de sucessão ao trono, depois do seu pai, Haakon (uma grande festa adiada uns meses devido à pandemia). No dia seguinte à celebração, que foi organizada pelo governo norueguês, o guia espiritual recorreu ao Instagram para fazer uma homenagem à sobrinha da sua noiva, a princesa Märtha Louise.
Para trás, ficam cerca de três anos de um namoro marcado por muita turbulência. Afinal, de um lado está a primogénita dos reis Harald e Sonia da Noruega, e do outro um guru espiritual norte-americano, num aparente contraste de mundos que afinal podem estar mais próximos do que à primeira vista se imaginaria.
A controvérsia não é uma novidade para a princesa, que enfrentou fortes reações quando descreveu ter dotes de vidência. Em 2019, a corte norueguesa disse mesmo que Märtha não teria permissão para usar o seu título real com “fins comerciais” Por sua vez, Verrett apresenta-se como “um xamã da 6ª geração” e é o autor do livro “Spirit Hacking”. O guru de Los Angeles trabalha com nomes sonantes como Gwyneth Paltrow, Selma Blair, Nina Dobrev e Rosario Dawson, entre outras celebridades. “Acho que o seu apelo é que ele é muito humano”, disse Paltrow sobre Verrett através de um porta-voz ao New York Times. “Ele abraça e recebe abraços com a abertura de uma criança; ele tem essa pureza de coração.”
De recordar ainda que Märtha Louise foi anteriormente casada com o autor Ari Behn, que se suicidou em 2019, um caso que abalou o país e o clã. O casal, que teve três filhos, Maud Angelica, 19, Leah Isadora, 17, e Emma Tallulah, 13, divorciara-se em 2017.
O ruído não fica por aqui, tendo esta história de amor em muitos momentos motivado comparações com o caso Harry e Meghan. Poucos dias depois de surpreender o mundo com a intenção de subir ao altar, o casal abriu o livro sobre as adversidades sentidas desde o começo da união e a permanente sombra de racismo que tem envolvido a relação. “Eu acho que muito do nosso relacionamento e o motivo pelo qual as pessoas têm tantos problemas com isso, e eles têm tanto esse ódio que nos enviam até ameaças de morte, é porque eles não querem ver um homem negro na Família Real porque nunca houve um na história das Casas Reais Europeias e isso é uma coisa enorme.“, atirou Durek num vídeo partilhado entretanto, com a futura mulher a concordar.
Verett vai mais longe quando acredita que o entusiasmo com a mais popular das ficções está ainda bastante distante do grau de aceitação na vida real. “É diferente quando um homem escolhe uma mulher negra porque ele é um homem…, mas para uma princesa escolher um homem negro, nunca foi feito na história, então é muito difícil as pessoas gerirem isto. Eles não querem os Bridgertons, eles querem ver-se a si mesmos, mas eles não querem os verdadeiros Bridgertons, que somos nós. Ficam muito irritados e dizem coisas horríveis“.
Corria ainda junho de 2020 quando através de um post que deu brado, a princesa desabafara já sobre as ameaças recebidas e ainda sobre a forma como os jornais lidavam com o caso. “A imprensa apresenta-o como um mentiroso, sendo violento e uma ameaça à minha família e a mim”. Dois anos depois, no rescaldo da notícia do noivado, à Vanity Fair, mantinha a crença de que a sua relação continua a dividir e suscitar fortes críticas, sobretudo dentro de portas. “Para ser sincera, não posso falar muito sobre isto. É muito conflituante. Na Noruega, o nosso namoro é muito, muito controverso. Eu deveria estar com um CEO, um lorde ou alguém assim, de alto nível. Estar com um xamã é extremamente fora do comum. É uma loucura.”
Ao Billed Bladet, o noivo explicou como seguiu à risca os passos no pedido da mão daquela que é a quarta na linha sucessão ao trono norueguês. “Sou muito antiquado na maneira como faço as coisas. Por isso, sentei-me com o rei Harald e a rainha Sonia e pedi a mão de sua filha em casamento. Se tivessem dito não, eu não teria ido em frente com isso. Eu faço as coisas de uma forma honrosa e respeitosa”.
Märtha Louise anunciou seu relacionamento com o “Xamã Durek” em maio de 2019, tendo mais uma vez utilizado as redes sociais para comunicar as mais recentes novidades: “Sabemos quando encontramos a nossa alma gémea. Tive a sorte de ter conhecido a minha @shamandurek, mudou a minha vida, como ele faz com tantos.” Na primeira entrevista televisiva a dois, nos EUA, no Tamron Hall Show, recordou como se conheceram através de um amigo em comum e contou porque preferiu fazer a revelação através deste meio. “Para poder ser dona da nossa história, porque toda a minha vida está na imprensa desde que eu tenho zero anos. Por muitas vezes, a imprensa decidiu como contar a minha história em vez de ser eu a escolher como quero apresentá-la. Embora tenha sido um pouco chocante, eu acho.”, admite.
Num comunicado enviado à imprensa norueguesa, a princesa e o seu futuro marido anunciaram ainda que após o casamento continuarão a viver em diferentes continentes, ela na Noruega e ele, na Califórnia. Por confirmar está ainda a data do enlace e pormenores sobre a boda.
A cor da pele está longe de ser o único ponto de polémica. Em 2020, Hank Greenberg, que manteve uma relação de oito anos com Durek, antes de este último assumir o namoro com a princesa, acusou-o de ser “violento” e confessou estar disposto a contar tudo sobre o xamã, acusações que levaram o novo casal a contratarem a empresa de advogados Gora LLC, para evitarem as difamações de Hank, de acordo com informações avançadas pela revista norueguesa Se og Hor.