O líder da oposição do Senado brasileiro afirmou à agência Lusa que “é triste” que o Presidente brasileiro se tenha comportado “como um moleque mimado” ao ter cancelado o encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa.

“É triste, lamentável e constrangedor para todos nós brasileiros ter um Presidente da República que ao invés de se comportar à altura da magistratura do cargo que ocupa, se assemelha mais a um moleque mimado“, disse, numa declaração à agência Lusa, Randolfe Rodrigues.

O líder da oposição ao Governo Bolsonaro no Senado Federal e presidente da Comissão Especial Curadora do Senado para o Bicentenário da Independência do Brasil deixou um pedido de desculpas aos portugueses.

Em nome do povo brasileiro eu quero pedir desculpas ao Presidente de Portugal, às autoridades do país irmão e ao povo português”, afirmou.

Randolfe Rodrigues, que integra a coordenação da campanha do ex-Presidente Lula da Silva às eleições presidenciais de outubro prometeu ainda que tudo fará para “garantir a todos os portugueses” que “este tempo de vergonha” tenha “os dias contados.

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Jair Bolsonaro declarou à CNN Brasil na sexta-feira que tinha decidido cancelar o almoço entre os dois, o que justificou com o facto de Marcelo Rebelo de Sousa se ir encontrar este domingo com Lula da Silva.

A “conversa interessante” de Marcelo com Lula e o “não-problema” com Bolsonaro

Estas declarações de Randolfe Rodrigues surgem pouco tempo depois de o chefe de Estado, Marcelo Rebelo de Sousa, ter anunciado este domingo que deixou cair a ida a Brasília para um encontro com o Presidente brasileiro, Jair Bolsonaro, e já está a reprogramar a sua agenda em São Paulo.

Marcelo Rebelo de Sousa falava aos jornalistas no fim de um pequeno-almoço com o antigo Presidente do Brasil Lula da Silva, na residência oficial do cônsul-geral de Portugal em São Paulo, que durou cerca de uma hora e 45 minutos.

Interrogado se vai ou não viajar este domingo ao fim do dia para Brasília para se encontrar com Bolsonaro na segunda-feira, respondeu: “Houve um convite escrito, eu aceitei por escrito. Na medida em que não aparece uma confirmação escrita, isto quer dizer que, de facto, eu vou ficar no programa originário”. E acrescentou: “Não tem drama nenhum”.

O Presidente da República assinalou que o programa inicial desta sua visita ao Brasil só incluía Rio de Janeiro, para assinalar os cem anos da travessia aérea do Atlântico Sul, e São Paulo, para a Bienal do Livro. Depois surgiu o convite de Jair Bolsonaro para ir a Brasília.

Marcelo Rebelo de Sousa indicou que aguardará ainda “até ao começo da tarde” por uma eventual “confirmação por escrito” da parte da Presidência do Brasil sobre esse encontro e que, se não chegar, o seu programa “fica por São Paulo — como esteve sempre para ficar no início”.

O chefe de Estado adiantou que já está a acrescentar pontos à sua agenda em São Paulo no tempo que terá até viajar de regresso a Portugal: “Já estou a reprogramar. Estou no plano A, que depois foi substituído pelo B. Voltamos ao plano A”.

“Está visto que os planos A são sempre preferíveis”, observou.

Até agora, continuava oficialmente em aberto se Marcelo Rebelo de Sousa iria ou não viajar para Brasília este domingo ao fim do dia, para um encontro seguido de almoço com o Presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, no Palácio Itamaraty, na segunda-feira.

O Presidente português desvalorizou reiteradamente este episódio e disse que aguardava uma eventual comunicação por escrito do seu homólogo.

Bolsonaro vai recandidatar-se ao cargo nas presidenciais marcadas para 02 de outubro, nas quais irá defrontar Lula da Silva.

Marcelo Rebelo de Sousa não deve encontrar-se com Jair Bolsonaro