O contrato foi assinado este domingo e os 18 slots que a TAP teve de ceder em Lisboa, em troca da ajuda pública, já estão com a Easyjet, que anunciou o reforço da oferta com 13 novas rotas e o reforço para oito destinos já operados.

O plano de negócios entregue à Comissão Europeia prevê 52 frequências semanais, das quais 11 ainda estão a ser trabalhadas com os aeroportos de destino. A nova oferta trará mais quase 550 mil lugares no Inverno, o que representa quase o mesmo nível de operação deste verão, correspondendo a um total de 4,8 milhões de lugares, um crescimento de 51% face ao Inverno passado.

Espanha e França são os principais destinos das novas ofertas da Easyjet que irá também voar para Marraquexe. Os novos voos vão começar a operar a partir de 31 de outubro, mas vão ser colocados à venda já a partir de 18 de agosto, revelou o diretor-geral da companhia em Portugal, José Lopes. Barcelona (4 frequências semanais), Valência (três) e Bilbao (dois) são os novos destinos em Espanha. Também as Canárias vão ter novas ofertas, para Puerto Ventura, Las Palmas e Tenerife. Em França, estão previstas três novas rotas: Marselha (três vezes por semana), Toulouse (4 vezes) e Limoges. No Reino Unido, vai ser aberta uma ligação para Birmingham e na Itália o novo destino é Bérgamo. Na Suíça, a Easyjet vai começar a voar quatro vezes por semana para Zurique.

Marrocos surge no mapa das novas ofertas com duas frequências semanais para o principal destino turístico, uma rota que ainda está a ser negociada com as autoridades do país. E para o Porto Santo, para o qual a Easyjet começou a voar este ano, será assegurada uma ligação semanal a partir de Lisboa, o que faz da companhia o único operador com regulares no Inverno para a capital portuguesa e também para Londres.

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A Easyjet vai ainda reforçar a oferta a partir de Lisboa para destinos que já serve como Madrid (que passará a ter 20 frequências semanais), Genebra na Suíça, Milão na Itália e Lyon, Nice, Nantes e Bordéus em França.

O plano apresentado esta quarta-feira em Lisboa permitirá à companhia de baixo custo britânica passar a ser a segunda maior operadora em número de passageiros, com um posicionamento de liderança nos voos entre Portugal e França, Reino Unido e Suíça.

Questionado sobre se a inflação e a subida do preço dos combustíveis serão refletidos em preços mais caros para os novos destinos, José Lopes sublinhou que, numa altura em que o mercado da aviação ainda está a retomar, as tarifas têm de ser convidativas para as pessoas voarem. “Seria um pouco suicídio se colocássemos esses novos voos à venda com preços elevados”. A Easyjet, referiu, tem os custos de combustível cobertos em 80% e tem um modelo de negócios que aposta no volume. A taxa de ocupação dos aviões ronda os 90%.

As novas rotas correspondem a um crescimento de 61% da capacidade em Lisboa que passará a ter três novos aviões, num total de nove aviões com base no aeroporto Humberto Delgado. Para preparar este reforço, a companhia está a contratar mais 130 colaboradores para Lisboa onde irá ter mais de 300 pessoas. No total, a Easyjet passará de 550 colaboradores para mais de 700 e José Lopes diz que a empresa está a conseguir encontrar os recursos que precisa. “Existem no mercado pessoas disponíveis e qualificadas”. O diretor-geral da empresa também afastou o cenário das dificuldades sentidas nas últimas semanas nos principais aeroportos europeus afetarem a operação das novas rotas. “Estamos confiantes que poderemos operar de forma eficiente e pontual”.

Para além de arrancarem já no inverno, os voos agora anunciados não representam uma oferta adicional no congestionado aeroporto de Lisboa, mas sim a transferência de slots operados por outra empresa, a TAP. A Easyjet ganhou o concurso para a atribuição destes 18 slots, batendo a oferta da Ryanair.