É preciso recuar quatro anos, até à época 2018/19, para encontrar uma primeira jornada do Campeonato em que o FC Porto carimbasse um resultado tão dilatado. Na altura, no arranque de uma época em que acabaria por perder a Liga para o Benfica, os dragões golearam o Desp. Chaves no Dragão por 5-0; este sábado, no arranque de uma época em que pretendem defender essa mesma Liga, os dragões golearam o Marítimo novamente no Dragão por 5-1.

Cinco para o caminho e um Taremi ao volante (a crónica do FC Porto-Marítimo)

No segundo jogo oficial da temporada, depois de ter vencido o Tondela para conquistar a Supertaça Cândido de Oliveira na semana passada, o FC Porto voltou a ganhar e já igualou o arranque de 2021/22, com duas vitórias em dois jogos e oito golos marcados contra apenas um sofrido. Curiosamente, esta foi também a 10.ª vitória dos dragões em casa na jornada inaugural do Campeonato — só a U. Leiria, em 2003/04, conseguiu conquistar um empate e não sair derrotada –, sendo que não perdem no próprio estádio na estreia no Campeonato há 50 anos, desde 1972.

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No dia do jogo 2.000 de Jorge Nuno Pinto da Costa enquanto presidente do FC Porto, desde 1982 até agora, o líder dos dragões falou aos canais do clube ainda antes do apito inicial e resumiu um registo que conta com 1.358 vitórias, 262 empates e 279 derrotas — ou seja, um aproveitamento de 67,9%. “São 2.000 jogos, o que importa é que vencemos uma grande percentagem deles mas o mais importantes de todos é o de hoje. É o que temos de vencer. Queria aproveitar para agradecer aos que, durante estes 2.000 jogos, quer como técnicos ou jogadores, fizeram com que o FC Porto vencesse tantos títulos e tivesse hoje a projeção que tem. Foi graças a eles, e foram muitos durante estes anos, que vencemos. E é com o treinador e os jogadores que temos hoje que vamos vencer também, com o apoio da massa associativa. São todos importantes, os que ganharam mais e menos. Os que lutaram e dignificaram o nome do FC Porto e que contribuíram para que o clube fosse o que é hoje merecem o meu respeito e admiração neste dia especial. Mas 67,9% de vitórias é pouco, podia ser mais”, atirou Pinto da Costa.

Já Sérgio Conceição, que voltou a apostar em Danny Loader no onze inicial e viu Taremi bisar novamente e ser eleito o melhor jogador em campo, aproveitou a zona de entrevistas rápidas para deixar algumas críticas à arbitragem de Hélder Malheiro. “O Marítimo entrou desinibido, a demonstrar que vinha aqui discutir o resultado, mas com o tempo fomos sendo a equipa que nos habituámos a ser, com uma pressão muito forte, a não deixar fazer aquilo de que o adversário gosta. Aqui e ali, é verdade que houve algum desequilíbrio com posse, também por culpa do Marítimo. Estou algo receoso por tudo o que sinto no jogo. Sou um treinador que gesticula, falo muito com a equipa, sento-me e levanto-me. Hoje não dirigi a palavra ao árbitro, estava a gesticular, isso sim, porque o Joel devia ter sido expulso. E o árbitro veio logo para me mostrar o cartão. Com essa atitude, em vez de acalmar, só cria mais nervosismo na equipa. Fomos infelizes com as equipas de arbitragem nestes dois jogos”, atirou o treinador, recordando o cartão amarelo que também viu contra o Tondela, na Supertaça.

“Aqui andamos sempre a trabalhar no limite, com toda a dedicação do mundo. É respeitar o adversário querermos sempre mais, mesmo aos 90 minutos. Queremos ser sempre fiéis ao que somos. Se somos uma equipa pressionante, temos de o ser até ao fim do jogo”, acrescentou, comentando depois a exigência física que é pedida a João Mário e Zaidu, os dois laterais do FC Porto. “Somos fiéis a esses princípios. Claro que há nuances na estratégia mas não abdicamos da nossa base, de há cinco anos para cá que procuramos essas características. O futebol é cada vez mais intenso e veloz, requer uma grande capacidade física”, terminou Conceição.