O Governo da Madeira disse esta terça-feira que os investimentos realizados ao nível de aquisições de equipamentos para a utilização da rede SIRESP na região foram da sua responsabilidade e acusou a República de não concretizar “necessidades urgentes”.

“Nos últimos cinco anos foram reportados ao Governo da República, em sede de conselho de utilizadores da rede, necessidades urgentes relacionadas com a aquisição de equipamentos de redundância via satélite, as quais ainda não foram concretizadas”, lê-se numa nota divulgada hoje pela Secretaria Regional da Saúde e Proteção Civil da Madeira.

O SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) funciona na RAM (Região Autónoma da Madeira) de forma permanente desde 2010.

Segundo o executivo da Madeira, todos os investimentos efetuados ao nível de novas aquisições de equipamentos para utilização do SIRESP “foram da responsabilidade direta do Governo Regional“.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

Após as dificuldades de comunicação detetadas na sequência da aluvião do 20 de fevereiro de 2010, que provocou 47 mortos, quatro desaparecidos, centenas de desalojados e avultados danos materiais, o Governo Regional implementou uma rede alternativa de comunicações, VSAT (Very Small Aperture Terminal), visando “assegurar a resposta às emergências e socorro na RAM“.

“Os equipamentos VSAT apresentam-se como uma redundância à rede SIRESP na Região Autónoma da Madeira”, complementa.

Esta rede alternativa de comunicações visa “assegurar a resposta às emergências e socorro na RAM, sendo uma aquisição que surgiu sobretudo como uma rede paralela e de redundância à rede SIRESP na região”, reforçou fonte do Governo Regional à agência Lusa.

Esta rede funciona numa parceria tecnológica com a Altice Portugal e tem por objetivo garantir uma maior eficiência no sistema de comunicações em situações de emergência.

Na nota deste dia divulgada é realçado que, “em matéria de assuntos pendentes com o Governo da República”, a Madeira tem a questão do meio aéreo de combate a incêndios, adotado desde 2018, cujos custos têm sido suportados “com verbas exclusivas do orçamento regional”, o que representa um investimento anual superior a quatro milhões de euros.

No sábado, o Ministério da Administração Interna anunciou um novo investimento de 4,2 milhões de euros no SIRESP para equipamentos de redundância para assegurar as comunicações via satélite em caso de falha dos circuitos terrestres.

Em comunicado, o gabinete do ministro José Luis Carneiro adiantou que parte destes equipamentos “são já destinados aos Açores e à Madeira, no âmbito de um investimento mais amplo de alargamento da rede SIRESP às regiões autónomas e que se prevê concluído em 2023″.