A certa altura, ainda com o resultado em 1-0, um livre lateral deu lugar a uma série de passes primeiro a fazer variação entre corredores e depois a chegar até Adán. Rúben Amorim, no banco, ficou furioso. A falar para trás com os elementos da sua equipa técnica, a gesticular com aquilo que tinha falhado. Apesar da desvantagem, apesar de uma semana atípica marcada pela venda de Matheus Nunes, apesar de todos os problemas sentidos a nível de construção e circulação na primeira parte, o técnico acreditava que ainda era possível dar a volta no Dragão. Pouco depois, começou uma espécie de lei de Murphy na equipa leonina.

Afinal, foi o Diogo que os deixou feitos num 8 (a crónica do FC Porto-Sporting)

Da expulsão de Pedro Porro às duas grandes penalidades, do ressalto que originou o lance do 2-0 à defesa enorme de Diogo Costa a remate de Fatawu que poderia reduzir para 2-1, tudo o que podia correr mal correu ainda pior ao Sporting, que averbou a primeira derrota do Campeonato e ficou a cinco pontos do FC Porto na classificação, tendo um total de seis golos sofridos em três jogos (e outros tantos marcados). Tudo números que, perante aquilo que aconteceu no clássico, não preocupam o técnico leonino, mesmo sendo a derrota mais pesada que teve na Liga ao longo de 91 jogos entre Sp. Braga e Sporting.

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“Houve mais mérito do FC Porto na pressão. Nós construímos muito de trás, no início do jogo conseguimos, tivemos uma bola ao poste, depois houve os lançamentos e os cantos em que o FC Porto nos tentou encostar um bocadinho nesse aspeto mas tentámos fazer o nosso jogo. A primeira parte não foi tão boa mas quisemos sempre jogar e não tivemos esse aspeto de sobrevivência. Quisemos sempre construir, quisemos ser protagonistas, não conseguimos também por mérito do FC Porto que no seu jogo direto normal de segundas bolas e transições tentou criar perigo e sofremos um golo em cima do intervalo”, começou por dizer Rúben Amorim na zona de entrevistas rápidas da SportTV após o encontro.

“Na segunda parte tentámos ir para cima do FC Porto, tivemos várias oportunidades, não conseguimos fazer golo e os momentos do jogo voltaram a estar contra nós, mais um lance de bola direta, um ressalto, o Porro faz penálti quando tem de deixar entrar porque ficamos com menos um, depois temos o Fatawu isolado mesmo com menos um para fazer o 2-1, sofremos outro penálti e acabou com o jogo. Para além do ânimo que dá ao adversário, ficámos com menos um mas a resposta dos jogadores deixou-me muito orgulhoso. Fiquei muito orgulhoso deles. Tentámos ir para cima do adversário, não conseguimos, tudo correu mal em termos de timing mas agora é preparar o próximo jogo. Estou orgulhoso deles, não do resultado”, acrescentou o treinador dos leões na análise ao que correu mal no clássico.

“Se vai deixar mossa? Sabemos como foi o jogo, cada um faz a sua avaliação, eu faço a minha e tentámos ser sempre nós a tentar dominar. Conseguimos por largos períodos, nos momentos certos dois ressaltos dão um golo confuso a chegar ao intervalo, depois o penálti do Galeno… Já passámos por momentos mais difíceis, faz parte do Campeonato e há muito para jogar. Só temos de ganhar o próximo jogo, não temos de olhar para a classificação, eles que não se preocupem em olhar para a tabela nem com nada, ficamos bem ganhando o próximo jogo”, concluiu Rúben Amorim na flash interview.

“Sofrer três golos em dois jogos preocupa qualquer treinador mas fazemos a análise friamente, já tive jogos aqui no Dragão, como o primeiro pelo Sp. Braga em que ganhamos mas o FC Porto falhou dois penáltis e falhou várias oportunidades. Hoje, marcou as oportunidades que teve. Já fizemos jogos muito piores, tivemos várias bolas na cara do Diogo Costa. Agora, 3-0 é assim. Há fases assim, temos de nos agarrar às coisas boas. Preparação sem Matheus nada a ver, é passado, gostei muito do Morita, a responsabilidade da derrota é só do treinador. Não teve influência no resultado”, salientou depois na conferência.