A Associação Nacional de Municípios Portugueses (ANMP) e a Associação Portuguesa de Distribuição e Drenagem de Águas (APDA) assinaram esta terça-feira uma Declaração de Compromisso para Adaptação e Mitigação das Alterações Climáticas nos Serviços de Águas.

A declaração de compromisso foi assinada durante a manhã, na sede da ANMP, em Coimbra, pela presidente desta organização, Luísa Salgueiro, e pelo presidente da APDA, Rui Godinho.

Com este documento, a ANMP e a APDA comprometem-se a “impulsionar os esforços necessários para a adaptação e a mitigação às alterações climáticas, em particular no que se refere aos serviços de água, para garantia de gerações futuras“.

Em declarações à agência Lusa, a presidente da ANMP, Luísa Salgueiro, sublinhou que este acordo serve para “trabalhar reciprocamente no objetivo essencial de uma melhor gestão do recurso água”.

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“É sempre um objetivo muito importante e que no presente momento ganha uma particular oportunidade, uma vez que o país e vários municípios defrontam um problema de escassez de água. Estamos agora a equacionar medidas no sentido da poupança“, sustentou.

A também presidente da Câmara Municipal de Matosinhos destacou a importância desta parceria com a APDA, uma associação “muito apetrechada do ponto de vista do conhecimento neste domínio”.

“As nossas equipas trabalharão em parceria, no sentido de avaliarem os problemas que nos são transmitidos pelos municípios e também de implementarmos as medidas nacionais, em termos de gestão mais racional da água”, concretizou.

A declaração de compromisso deste dia assinada elenca os diversos instrumentos desenvolvidos em Portugal nesta matéria, entre os quais o Programa de Ação para Adaptação às Alterações Climáticas 2020-2030, a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, a criação da Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Acompanhamento dos Efeitos da Seca e as Estratégias/Planos Intermunicipais e Municipais de Adaptação às Alterações Climáticas, “pilares fundamentais para dar suporte a uma transição ecológica justa, competitiva e inclusiva”.

“Para nos adaptarmos eficazmente, devemos aplicar o melhor conhecimento e experiência em diagnosticar e prever os impactos que se geram na disponibilidade de água, tanto em qualidade como em quantidade, e em fenómenos extremos como as secas e as inundações, que estão a aumentar em frequência e em intensidade, e que afetam e afetarão de forma direta os serviços de abastecimento e saneamento”.

No setor das águas, é frisado que deve promover-se igualmente a implementação de medidas de mitigação, “entre as quais se destacam as relacionadas com a economia circular e com a melhoria da eficiência energética, hídrica e do aproveitamento dos recursos naturais, com o objetivo de diminuir a pegada do carbono“.

“Não obstante todo o trabalho já desenvolvido até à data, estamos certos de que, no seu conjunto, o setor dos serviços de abastecimento e saneamento de água urbana pode ir mais longe no seu dever de apoiar, propor e operacionalizar estratégias e medidas para o combate à emergência climática”, lê-se ainda na declaração de compromisso.