A viúva de João Rendeiro prescindiu da herança do antigo banqueiro numa declaração assinada a 8 de setembro no Cartório Notarial de Oeiras e entregue ao Tribunal da Relação de Lisboa.

A notícia foi avançada esta quarta-feira pela RTP, que recorda que Maria de Jesus de Rendeiro era a única herdeira, uma vez que o ex-administrador do BPP morreu sem deixar filhos, não tem irmãos, nem sobrinhos e não tinha uma relação próxima com os primos que lhe restavam.

Com a assinatura de uma declaração de “repúdio de herança”, a viúva deixa de ser responsável pelas dívidas e indemnizações que o marido, condenado por três processos distintos, deixou por pagar.

De acordo com a SIC Notícias, o valor que, com juros, rondará os 40 milhões de euros é a soma das indemnizações que não pagou à comissão liquidatária do Banco Privado Português, ao embaixador Júlio Mascarenhas e ao Estado às quais se juntam coimas que foram aplicadas pelos reguladores devido à atuação que Rendeiro teve enquanto era presidente do BPP.

Ainda assim, o repúdio da herança não significa o fim da investigação a Maria de Jesus Rendeiro pelo desvio das obras de arte que foram apreendidas, em vida, ao marido. A viúva era fiel depositária dos quadros arrestados ao ex-banqueiro, considerando o tribunal que esta sabia das falsificações e do desvio das obras. No âmbito do processo D’Arte Asas, Maria de Jesus Rendeiro esteve em prisão domiciliária, mas foi libertada em maio deste ano.

Maria de Jesus Rendeiro vai aguardar conclusão da investigação em liberdade (mas não pode sair de Portugal)

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