“Ele disparou contra a porta enquanto as crianças estavam a dormir. Não disse nada.” Os primeiros relatos do ataque a uma creche na Tailândia revelam a frieza com que um homem entrou numa escola, disparou, esfaqueou e matou várias crianças que estavam a dormir. E o “choque” e o sentimento de impotência que tomaram conta de quem assistiu ao momento.
Uma das testemunhas ouvidas pela BBC recorda que levantou as mãos e implorou por misericórdia quando o homem estava a recarregar a arma. “Não sabia o que fazer”, conta, enquanto outra lembra o momento em que o ex-agente “partiu a janela com o pé” e começou a “disparar contra a porta”. “Corri para a cozinha, fiquei em choque, não sabia o que fazer.”
Ninguém desconfiou da chegada de o autor do ataque, que a polícia diz ser Panya Khamrab, porque, segundo a BBC, era pai de uma das crianças que frequentava a escola. “No início achei que vinha buscar o filho”, realça uma das pessoas que se cruzou com o homem.
Mas demorou pouco a que pais e funcionários se apercebessem da gravidade da situação. O homem estava armado e começou de imediato a abrir fogo. Ainda houve quem o tentasse impedir de entrar no edifício, mas sem sucesso. O ex-agente disparou de imediato e dirigiu-se a uma das salas onde estavam as crianças.
Depois de a polícia ter revelado a identidade do responsável pelo ataque, vários órgãos de comunicação locais noticiaram que o homem foi afastado da polícia em junho por ter sido apanhado com droga. Antes do sucedido, o atacante terá estado presente numa sessão em tribunal e na sexta-feira deveria comparecer novamente no local.
De acordo com as informações das autoridades locais, o homem teria na sua posse uma faca, uma pistola e uma espingarda. Depois de atacar várias crianças e adultos na escola, Panya Khamrab dirigiu-se a um veículo, que usou para atingir mais pessoas durante o percurso até casa. Uma testemunha conta que o atacante usou propositadamente o carro para “atropelar pessoas”
Quando chegou a casa, antes de se suicidar, o homem matou a mulher e o filho que frequentava a escola onde tinha levado a cabo o ataque. As autoridades acreditam que Panya Khamrab, de 34 anos, pudesse estar sob efeito de drogas durante todo o ataque e revelam que o homem, depois de sair da prisão, nunca terá deixado de consumir estupefacientes.
O primeiro-ministro da Tailândia, Prayuth Chan-ocha, reagiu ao ataque nas redes sociais, descreveu-o como algo “horrível” e pediu que se agilizasse uma investigação rápida ao sucedido.