O secretário-geral da ONU está “profundamente preocupado” com a “escalada dos combates” na região etíope de Tigray e apela a uma cessação imediata das hostilidades, de acordo com uma declaração divulgada neste dia pelas Nações Unidas.

A organização de ajuda humanitária International Rescue Committee (IRC) denunciou, no sábado, a morte de um trabalhador e dois civis, na sequência de um ataque naquela região, em guerra com o Governo etíope desde novembro de 2020.

António Guterres “reitera total apoio a um processo de mediação liderado pela União Africana (UA) e reafirma a disponibilidade das Nações Unidas para apoiar o reatamento urgente das conversações para se alcançar uma solução política duradoura para este conflito catastrófico“, indicou, em comunicado, o porta-voz Stephane Dujarric.

Na semana passada, os rebeldes de Tigray e o Governo etíope aceitaram um convite da UA para participar em conversações de paz, agendadas para 8 de outubro, mas que foram adiadas.

Até então, os rebeldes tinham mostrado relutância em participar em conversações patrocinadas pela UA, por considerarem que o Alto Representante da UA para o Corno de África, o ex-Presidente nigeriano Olusegun Obasanjo, é próximo do primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed.

A guerra começou a 4 de novembro de 2020, quando Abiy ordenou uma ofensiva contra a Frente Popular de Libertação de Tigray (TPLF, na sigla inglesa), em resposta a um ataque a uma base militar federal e a uma escalada das tensões políticas.

Milhares de pessoas foram mortas e cerca de dois milhões fugiram da violência, enquanto 90% das famílias em Tigray não têm acesso regular a alimentos, de acordo com um relatório da ONU, publicado no final de agosto.

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