O PSD de Caminha disse esta quarta-feira ter votado contra o contrato-promessa de arrendamento para fins não habitacionais, aprovado em 2020, para a construção do Centro de Exposições Transfronteiriço (CET), por considerar que “devia ser analisado profundamente”.

Nós já tínhamos alertado para esta situação que devia ser analisada profundamente, porque se estava, eventualmente, a fugir a um visto do Tribunal de Contas. Não estávamos a entender e, portanto, já na altura votámos contra esta proposta”, afirmou Liliana Silva.

Contactada pela agência Lusa, a propósito da notícia esta quarta-feira avançada pelo jornal Público, relacionada com um alegado “adiantamento duvidoso” de 300 mil euros para aquele projeto, feito pelo agora secretário de Estado quando liderava a Câmara de Caminha, a líder da bancada do PSD no mandato anterior, composta por três elementos, disse ser “curioso” ver que a notícia “vem ao encontro de tudo” o que os social-democratas defenderam na altura e das “dúvidas” que o partido levantou sobre o assunto.

O contrato-promessa de arrendamento para fins não habitacionais foi aprovado em 2020, pela maioria socialista na Câmara de Caminha, então presidida pelo atual secretário de Estado-Adjunto do primeiro-ministro, Miguel Alves e, por maioria, na Assembleia Municipal com vista à construção do CET.

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Na altura, os três vereadores do PSD que integravam a autarquia, rejeitaram aquele contrato por “não defender os interesses de Caminha e visar a fuga ao visto do Tribunal de Contas”.

Este contrato promessa de arrendamento está a ser feito para beneficiar um privado em concreto (…). Não nos parece de todo razoável tanta pressa, em cima do joelho e sem qualquer estudo de viabilidade económica, para fazer um contrato promessa de arrendamento que irá hipotecar por longos anos o concelho de Caminha”, defendeu, na ocasião, o PSD na nota enviada às redações.

Liliana Silva, que, no atual mandato, integra a coligação O Concelho em Primeiro (PSD/CDS-PP/Aliança/PPM) salientou ainda que “a única coisa” que o partido pediu na altura “é que se averiguasse esta situação”.

“Nós pedimos às entidades que nos são mais próximas. Aliás, o próprio Tribunal de Contas poderá estar também a analisar este processo”, disse Liliana Silva.

Esta quarta-feira, o atual presidente da Câmara de Caminha, Rui Lages, rejeitou qualquer “dúvida ou ilegalidade” no contrato-promessa de arrendamento e garantiu que a construção do CET é “estratégico” para o concelho “porque vai criar emprego e vai criar, acima de tudo, uma sinergia que não existe por ter associada ao CET a construção de um Centro de Ciência e Tecnologia”.