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Se ganhar dá saúde Marcus bem podia chamar-se Benuron (a crónica do Sporting-V. Guimarães)

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V. Guimarães ficou com 10 ainda na 1.ª parte e Sporting aproveitou para voltar às vitórias três jogos depois (3-0). Edwards não foi titular e entrou para marcar, dar a marcar e ser o melhor dos leões.

O avançado inglês entrou em campo ainda durante a primeira parte
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O avançado inglês entrou em campo ainda durante a primeira parte

EPA

O avançado inglês entrou em campo ainda durante a primeira parte

EPA

É o pior momento do Sporting desde que Rúben Amorim chegou a Alvalade. O pior momento do Sporting, o pior momento do treinador e o pior momento da equipa. Entre Tottenham, Arouca e Eintracht Frankfurt, os leões entravam para a receção deste sábado ao V. Guimarães sem ganhar há três jogos, eliminados da Liga dos Campeões e da Taça de Portugal e a 12 pontos da liderança do Benfica. Ou seja, encurralados numa temporada que no início de novembro já não tinha grandes objetivos.

E o primeiro a assumi-lo, como quase sempre desde que assumiu o comando técnico leonino, era Rúben Amorim. “Não podemos dar passos atrás. Somos uma equipa que tem de ser dominadora, faz parte do ADN do clube. Vão dizer que temos a obrigação de ganhar mas não só. Naquele primeiro ano, tivemos conversas em que se disse que era escassos, que o Sporting devia ser mais dominador, que jogava em contra-ataque… A verdade é que, num clube grande, temos de ganhar e isso chega mas é só no início. Depois, temos de crescer. Estávamos a dar esse passo. A verdade é que, não ganhando, torna tudo mais difícil. Mas é nestes momentos que temos de pensar que este é o caminho certo. O que temos de melhorar é a forma de defender com menos jogadores, ser mais fortes no um para um. Não temos tempo para treinar com este calendário. Quando estamos a ganhar, tudo ajuda, quase não precisamos de treinar. Ganhar dá saúde. Quando se perde, coloca-se tudo em causa e é mais difícil reagir”, explicou o treinador do Sporting numa antevisão da partida onde colocou a hipótese, pela primeira vez, de sair no final da época.

Ficha de jogo

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Sporting-V. Guimarães, 3-0

12.ª jornada da Primeira Liga

Estádio José Alvalade, em Lisboa

Árbitro: Manuel Mota (AF Braga)

Sporting: Adán, Gonçalo Inácio, Coates (Jeremiah St. Juste, 65′), Matheus Reis, Pedro Porro (Trincão, 66′), Manuel Ugarte (Alexandropoulos, 65′), Morita (Rochinha, 45′), Flávio Nazinho (Marcus Edwards, 33′), Arthur, Pedro Gonçalves, Paulinho

Suplentes não utilizados: Franco Israel, Ricardo Esgaio, José Marsà, Dário Essugo

Treinador: Rúben Amorim

V. Guimarães: Bruno Varela, Amaro, Ibrahima Bamba, Mikel, Zé Carlos (Bruno Gaspar, 80′), Tiago Silva (Dani Silva, 62′), André André, Afonso, Johnston (Jota Silva, 62′), Nélson da Luz (Ryoya, 33′), Anderson (André Silva, 62′)

Suplentes não utilizados: Celton Biai, Rúben Lameiras, Tounkara, Janvier

Treinador: Moreno

Golos: Pedro Porro (34′), Morita (40′), Marcus Edwards (55′)

Ação disciplinar: cartão amarelo a Morita (16′), a Afonso Freitas (17′ e 26′), a Bamba (52′), a André André (66′); cartão vermelho por acumulação a Afonso Freitas (26′)

Futurologias à parte, a verdade é que os leões entravam em campo a precisar urgentemente de vencer. A eliminação da Liga dos Campeões na sequência da derrota com o Eintracht em Alvalade, já depois de o Sporting ter estado a vencer, deixou sequelas profundas num grupo que já tinha sido eliminado da Taça de Portugal pelo improvável Varzim e que tinha acabado de perder com o Arouca. Futurologias à parte, a verdade é que o Sporting parecia ter regressado a um vórtice de maus resultados, más exibições e más relações entre clube e grupos organizados de adeptos — uma ameaça tripla que só trazia más memórias.

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Assim, neste contexto e este sábado contra o V. Guimarães, Rúben Amorim mexia em todos os setores do onze inicial. Sem Nuno Santos, que se lesionou a meio da semana, o treinador leonino lançava Flávio Nazinho na ala esquerda e recuperava Matheus Reis para o trio de centrais, deixando St. Juste no banco. Morita voltava ao meio-campo, potenciando a subida de Pote no terreno, e Arthur mantinha a titularidade no ataque a par de Paulinho, com Edwards e Trincão a serem ambos suplentes. Do outro lado, num conjunto de Moreno que foi o único a pontuar contra o Benfica esta temporada e que tinha mais um ponto do que o Sporting na hora do apito inicial, Anderson era a grande referência ofensiva.

Os leões começaram claramente melhor, totalmente inseridos no meio-campo adversário e a exercer uma pressão alta que impedia o V. Guimarães de se estender muito no relvado. A equipa de Amorim criava um fluxo ofensivo notório que lhe permitia estar sempre perto do último terço vimaranense mas demonstrava algumas dificuldades na hora de chegar a uma verdadeira finalização, rodeando sempre a grande área de Bruno Varela mas sem rematar propriamente à baliza.

Algo que acabou por mudar à chegada ao quarto de hora, quando surgiram as primeiras oportunidades de golo. Paulinho cabeceou ao lado (18′), Pedro Gonçalves também falhou o alvo (19′) e Morita permitiu uma grande defesa de Bruno Varela (20), com Pedro Porro a atirar por cima de cabeça na sequência desse mesmo lance. Antes da meia-hora, a situação tornou-se ainda mais complexa para o V. Guimarães: Afonso Freitas foi expulso por acumulação de cartões amarelos, sendo duplamente admoestado no espaço de 10 minutos, e a equipa de Moreno viu-se a atuar com menos um elemento em Alvalade com praticamente todo o jogo por disputar.

Rúben Amorim reagiu à superioridade numérica com Edwards, que entrou para o lugar de Nazinho e levou Arthur para a ala esquerda, e Moreno procurou equilibrar a equipa com Ryoya, que rendeu Nélson da Luz. O primeiro golo do jogo acabou por aparecer pouco depois: Matheus Reis desequilibrou muito bem na esquerda e cruzou para o poste mais distante, onde Porro apareceu a cabecear para abrir o marcador (34′). Ainda antes do intervalo, numa consequência direta do ascendente que ia demonstrando, a equipa leonina aumentou a vantagem por intermédio de Morita, que apareceu a finalizar após um cruzamento de Edwards (41′).

No fim da primeira parte, o Sporting tinha o jogo aparentemente controlado, estava a jogar com mais um elemento e a ganhar por dois golos de vantagem — um cenário que, tendo em conta as últimas semanas, dificilmente poderia ser melhor na ótica dos leões. Nas bancadas, porém, a contestação continuava: uma contestação específica e focada, com a Juventude Leonina a levantar uma enorme tarja onde se lia “Amorim, a culpa não é tua”.

[Carregue nas imagens para ver alguns dos melhores momentos do Sporting-V. Guimarães:]

Ao intervalo, Rúben Amorim voltou a mexer e tirou Morita para lançar Rochinha, oferecendo minutos ao médio português e poupando o japonês, que acabou de regressar de lesão. O jogo seguiu a mesma lógica da primeira parte, com o Sporting a dominar o encontro praticamente por completo, e só foi preciso esperar 10 minutos para voltar a assistir a um golo leonino. Edwards desequilibrou da direita para dentro, rematou de fora de área e a bola sofreu um desvio que traiu Bruno Varela, dilatando ainda mais a vantagem dos leões (55′).

Moreno reagiu com uma tripla alteração, lançando Jota Silva, André Silva e Dani Silva, e Amorim respondeu com outras três substituições que não escondiam a vontade de poupar esforços, tirando Coates, Ugarte e Porro para colocar St. Juste, Alexandropoulos e Trincão, com este último a assumir a ala direita da equipa. O jogo prosseguiu sem grandes pontos de destaque, com o Sporting a manter o V. Guimarães totalmente encostado às cordas e sem possibilidade de procurar sequer um golo de honra. Já bem perto do apito final, Paulinho ainda voltou a colocar a bola no fundo da baliza mas o lance foi anulado por fora de jogo do avançado (89′)

No fim, o Sporting venceu o V. Guimarães em Alvalade de forma incontestável e muito graças à expulsão de Afonso Freitas na primeira parte, regressando às vitórias três jogos depois e ultrapassando um dos adversários mais complexos do Campeonato. Marcus Edwards não foi titular mas entrou à meia-hora para revolucionar o futebol da equipa de Rúben Amorim, marcar um golo e dar outro a marcar e ser o melhor elemento leonino. Se o treinador dos leões acredita que ganhar dá saúde, o avançado inglês bem podia chamar-se Benuron.

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