Trinta mil pessoas candidataram-se ao Programa de Arrendamento Acessível, mas só há duas mil casas para as receber, avança esta quinta-feira o Jornal de Notícias com base em dados enviados pelo Ministério das Infraestruturas e da Habitação.

Em agosto, estes números resumiam-se a 900 contratos ativos para o programa — cerca de 55% na Área Metropolitana de Lisboa e 27% na Área Metropolitana do Porto. Mais de 40% dos contratos preveem rendas entre 500 e 800 euros; e uma percentagem semelhante abrange rendas entre os 300 e os 500 euros. Segundo o Governo, a plataforma vai passar por uma “simplificação, para além da alteração já promovida de notificação imediata entre oferta e procura quando assentem nos mesmos critérios”.

O número de candidaturas face à disponibilidade de habitações leva as associações do setor a concluir que o impacto do Programa de Arrendamento Acessível foi residual. Romão Lavadinho, presidente da Associação dos Inquilinos Lisbonenses, classificou o número de casas disponíveis de “insignificante” e considerou ao Jornal de Notícias que “nunca resolveu problema nenhum”.

O problema está a ser agravado pelo aumento das rendas que os senhorios estão a impor este ano desde que o Governo limitou essas subidas em 2% a partir de 2023. Para Romão Lavadinho, é preciso disponibilizar habitação pública no programa para “poder concorrer com os proprietários privados e reduzir a especulação insuportável”, disse ao Jornal de Notícias.

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