Teodoro Obiang deverá renovar o seu mandato como Presidente da Guiné-Equatorial — cargo que ocupa desde 1979 —, tendo em conta os primeiros resultados provisórios sobre o ato eleitoral que se realizou este domingo. Com 21,8% dos votos contados, o Partido Democrático da Guiné Equatorial (PDGE), de Obiang, segue à frente com uns esmagadores 99,7% dos votos, contra apenas 0,2% para o candidato adversário, Andrés Esono.
Os dados foram partilhados na noite deste domingo pelo Ministério da Administração Interna e são citados pelo El País. Segundo o jornal espanhol, a oposição denuncia aquilo a que chama de “fraude em massa”, enumerando vários tipos de “irregularidades escandalosas e generalizadas” que terão ocorrido ao longo de domingo: eleitores a votarem em nome de familiares e mais do que uma vez, candidatos do PDGE nas mesas eleitorais e indisponibilidade dos papéis correspondentes ao candidato da oposição — na Guiné-Equatorial, os eleitores escolhem na mesa de voto um papel correspondente ao candidato que apoiam.
Por essa razão, o maior partido da oposição, a Convergência Para a Democracia Social (CPDS) já anunciou que não irá reconhecer a vitória de Obiang, se esta se confirmar. “Se o senhor se proclamar vencedor como consequência destas eleições escandolasamente fraudulentas, o CPDS não reconhecerá a sua vitória e irá considerá-lo um Presidente ilegítimo”, pode ler-se numa nota divulgada pelo partido.
Já Obiang não tem dúvidas de que será declarado vencedor. “Estou seguro de que a vitória é do Partido Democrático da Guiné Equatorial”, declarou no domingo, quando foi votar em Malabo, capital do país. A confirmar-se esse cenário, deverá assim ultrapassar os 43 anos que já leva no poder e que lhe conferem o título de líder vivo há mais tempo no cargo.
Não deverá, contudo, cumprir o mandato até ao fim. É essa a opinião de vários especialistas ouvidos pela Agência Lusa, que preveem que Obiang irá tentar garantir que o filho “Teodorín” Mangue, atual vice-presidente, lhe sucede.