O ministro da Cultura e duas estruturas representativas dos trabalhadores do setor vão ser ouvidos no Parlamento sobre os concursos de apoio sustentado às artes 2023/2026, após a aprovação, esta terça-feira, de requerimentos de PSD, PCP e BE.

De acordo com fonte parlamentar, em declarações à Lusa, foram aprovados esta terça-feira, na comissão de Cultura, quatro requerimentos, um do PSD, dois do BE e um do PCP, nos quais eram requeridas as audições do ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, da Plateia — Associação de Profissionais da Artes Cénicas e do Sindicato dos Trabalhadores de Espectáculos, do Audiovisual e dos Músicos (Cena-STE).

Um quinto requerimento, do PCP, que pedia a realização de uma audição pública relativamente aos resultados dos concursos, foi chumbado, com os votos contra do PS, a abstenção do Chega e os votos favoráveis de PSD, Iniciativa Liberal, BE e PCP.

A DGArtes divulgou este mês os resultados provisórios dos seis concursos de apoio sustentado às artes, nas modalidades bienal (2023-2024) e quadrienal (2023-2026). Os resultados finais serão divulgados após um período de audiência de interessados.

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Quando abriram as candidaturas em maio, os seis concursos do Programa de Apoio Sustentado tinham alocado um montante global de 81,3 milhões de euros. Em setembro, o ministro da Cultura, Pedro Adão e Silva, anunciou que esse valor aumentaria para 148 milhões de euros. Assim, destacou na altura, as entidades apoiadas passam a receber a verba pedida e não apenas uma percentagem.

No entanto, esse reforço abrangeu apenas a modalidade quadrienal dos concursos, porque, segundo o ministro, houve “um grande movimento de candidaturas de bienais para quadrienais”.

Estruturas representativas do setor da Cultura, num comunicado enviado ao ministro da Cultura e aos grupos parlamentares na semana passada e divulgado junto dos órgãos de comunicação social, salientam que, “com a divulgação dos resultados provisórios, revelou-se que a tal migração de candidaturas não aconteceu em tão grande medida e que a opção do Governo veio, afinal, criar uma assimetria injustificada entre as duas modalidades que é lesiva para algumas candidaturas”.

As estruturas exigem um “novo reforço de verbas para os apoios sustentados”, visando “a equidade” do reforço entre as modalidades quadrienal e bienal dos concursos.

O comunicado é assinado pela Plateia, a REDE — Associação de Estruturas para a Dança Contemporânea, a riZoma — Plataforma de Intervenção e Investigação para a Criação Musical, a AAVP — Associação de Artistas Visuais em Portugal, o Cena-STE e a Ação Cooperativista — Grupo informal de apoio a Profissionais da Cultura e das Artes.

Entretanto, a Plateia, através da rede social Facebook, apelou às estruturas artísticas que subscrevam o abaixo-assinado “Pelo reforço financeiro aos Apoios Sustentados” até às 23:00 desta terça-feira, para ser remetido ao ministro da Cultura, na quarta-feira de manhã (30 de novembro).

Os resultados provisórios na área do Teatro — Criação, anunciados na segunda-feira à noite, foram os últimos a ser conhecidos dos seis concursos do Programa de Apoio Sustentado 2023-2026, que englobam igualmente as áreas das Artes Visuais (em criação e programação), da Música e Ópera, da Dança, do Cruzamento Disciplinar e da Programação (para Artes Performativas, Cruzamento Disciplinar e Artes de Rua).