A Confederação Portuguesa do Voluntariado (CPV) apontou este domingo a rápida revisão da Lei de Bases do Voluntariado, criada há mais de duas décadas, como uma “oportunidade” para o poder político reconhecer o papel e a importância dos voluntários.
“O poder político ainda não colocou na agenda de cada um dos seus partidos o voluntariado como fator importante para o progresso humano e integral do país. Terão uma oportunidade de reconhecerem a missão desta parte numerosa da população, que traz mais-valias e só pede condições para fazer bem o trabalho que, benevolamente, faz, procedendo rapidamente à revisão da Lei do Bases do Voluntariado, que já tem mais de duas décadas de vigência”, lê-se numa mensagem divulgada hoje pela CPV.
No âmbito do Dia Internacional dos Voluntários – que, por determinação da Organização das Nações Unidas (ONU) se assinala na segunda-feira em todo o mundo – a confederação considera que “nem sempre” a “importância e reconhecimento” do voluntariado “têm merecido a devida atenção pelos organismos que têm instrumentos à sua disposição para o demonstrarem com objetividade”.
“Este ano a solidariedade é o tema proposto, não como um mero sentimento emotivo, nem como uma ação esporádica, mas como um valor humano firme e perseverante que faz com que as pessoas se sintam responsáveis umas pelas outras. Existem evidências incontornáveis de que, por mais poderosos que sejam os seres humanos, o pleno bem-estar exige ser-com-os-outros”, sustenta.
Tal “como a ONU manifesta o seu orgulho pelos voluntários de todo o mundo”, a CPV defende que “também Portugal o deve ter no mais de um milhão de portugueses e portuguesas que, em várias áreas do seu desenvolvimento integral, são modelo da dádiva gratuita do seu tempo expressa num número incalculável de horas”.
“A CPV reconhece o esforço que continua a ser feito por muitas instituições, algumas mesmo sem estatuto jurídico de IPSS [Instituições Particulares de Solidariedade Social], de muitas autarquias e, nos últimos anos, da grande maioria dos estabelecimento de ensino superior e de outros níveis de ensino, que se vão posicionando para possibilitar aos alunos práticas de voluntariado, expandindo-as, assim, por todo o Portugal Continental, Açores e Madeira, no sentido de capacitar os voluntários e assegurar uma adequada gestão do voluntariado nas organizações que os mesmos integram”, enfatiza.
Segundo a confederação, sem o voluntariado Portugal seria um país “mais individualista, menos humano e mais despersonalizado”, servindo a palavra solidariedade, “como outras, [apenas] para adjetivar discursos”.
“É neste sentido que apontam as orientações das Nações Unidas: se queremos assegurar o futuro do nosso planeta, temos de agir juntos e já, em solidariedade uns com os outros; as desigualdades crescentes em todo o mundo imploram que trabalhemos unidos para encontrar soluções comuns”, sustenta a organização.
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