Enviado especial do Observador em Doha, no Qatar
Nem todos são iguais, nem todos têm aquele cuidado de parar por um par de minutos para falar depois de um jogo, nem todos gostam por exemplo de explicar o jogo sem arrefecerem e perceberem tudo o que se passou em campo. Depois, há Bernardo Silva. Não é um caso único na Seleção (Bruno Fernandes ou Pepe são do mesmo campeonato neste adepto), é um caso à parte em muitos aspetos. Fala e responde se for em português, inglês, francês e mais outras línguas que aparecerem. Dá a sua perninha, segue o resto da zona mista, vai para o autocarro que o coloca mais perto do descanso. Cá fora faz o mesmo que lá dentro.
Há dias e dias e, perante a presença da imprensa portuguesa numa parte inicial da zona mista, pára para algumas questões pedindo apenas que não sejam muitas porque já se encontra atrasado para ir embora. E é aí que volta a abrir o livro, não fugindo a qualquer questão e respondendo sem qualquer problema.
“Esta foi a formação ideal para este jogo, foi aquela formação que o selecionador entendeu que era a melhor para este jogo. Correu bem, estamos felizes. Temos 26 jogadores, agora com algumas lesões não tanto, menos dois, prontos para ajudar a Seleção e independentemente que as alterações que o selecionador fizer os jogadores vão tentar corresponder da melhor maneira, que foi o que aconteceu”, começou por dizer.
“Prazer em jogar? Temos a sorte de termos uma profissão onde fazemos algo que amamos, temos a sorte de vir para uma competição destas onde representamos o nosso país, que é um país que adoramos, e por isso fazemos isso muito felizes e com muito prazer. Estamos na competição mais difícil que existe no futebol, haverá momentos durante os 90 minutos em que a Seleção não será capaz de estar por cima do jogo. No final foi uma grande exibição, houve pequenos momentos em que a Suíça esteve bem mas porque é uma grande seleção. Respondemos bem a todas as situações do jogo”, prosseguiu o médio do Manchester City.
“Jogar com Gonçalo e Ronaldo? São jogadores completamente diferentes, no sentido em que o Cristiano é um jogador que nos movimentos curtos e nos momentos de apoio é muito forte, guarda-se um bocadinho mais para estes momentos e para os momentos de transição, ao passo que o Gonçalo é um jogador muito, muito trabalhador que trabalha muito, muito dentro de campo, que desgasta muito os centrais adversários. O selecionador achou que era o melhor para este jogo e estou muito feliz pelo Gonçalo. É um excelente miúdo, merece os três golos e por nos ter ajudado a passar”, concluiu Bernardo sobre o companheiro formado também no Benfica que fez a estreia como titular logo numa fase final do Campeonato do Mundo.