O Governo português não está envolvido em negociações com potenciais compradores da TAP, mas a “intenção de abrir o capital já foi sinalizada ao mercado”, revelou o ministro das Infraestruturas no Parlamento. Pedro Nuno Santos respondia a perguntas colocadas pelo deputado da Iniciativa Liberal. Carlos Guimarães Pinto aproveitou a audição ao ministro para o questionar sobre o impacto que o fim do prazo para as empresas deduzirem os prejuízos fiscais terá no valor da companhia aérea numa futura alienação.

Nas contas do deputado da IL, a TAP poderá ser um dos grandes beneficiados deste novo regime que permitirá ao comprador deduzir mais prejuízos em impostos sobre lucros futuros. “Pode confirmar que o comprador da TAP terá quase 4.000 milhões de euros para deduzir no futuro?” Pedro Nuno Santos diz que não consegue responder, mas lembra que a norma foi aprovada no Parlamento com o voto favorável da Iniciativa Liberal. Guimarães Pinto confirma que é favorável à medida, mas insiste para perceber se a aprovação desta medida teve como objetivo valorizar a TAP e pergunta se foram feitas contas ao efeito que terá no valor da empresa numa futura privatização.

O ministro recusa que o fim do prazo para deduzir prejuízos fiscais tenha sido feito à medida da TAP. Beneficia todas as empresas e foi aliás uma exigência dos parceiros sociais no acordo sobre os rendimentos. “Ou acha que a norma não se devia aplicar à TAP?

Para o deputado da IL esta é uma medida “que pode inflacionar o valor da TAP em centenas de milhões de euros” porque o futuro comprador da TAP beneficiará durante 30 anos. Com esta alteração da lei, a TAP está a ser vendida, em parte pelo valor dos prejuízos passados, em parte. “Foi um truque interessante. mas concordamos”.

O deputado questionou também o ministro sobre a contratação de Isabel Nicolau (alegadamente amiga da presidente executiva Christine Widener para diretora da TAP). Pedro Nuno Santos respondeu que  não sabe quem é e ironiza.  “Ainda por cima é liberal… Quer que o ministro interfira na contratação pela empresa? Sei qual é a minha função, Eu não sou gestor da TAP”.

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