Os hotéis nacionais ainda têm “muito por encher”. Neste momento, a taxa de ocupação dos alojamentos é de 42% para o Natal, mas o setor hoteleiro espera que chegue aos 59%. O mesmo acontece com a passagem de ano: a taxa de ocupação ainda é de 61%, mas as previsões apontam para que chegue aos 82% nos próximos dias.
Para quem pretende passar as festividades num hotel, o preço médio por quarto a nível nacional é de 120 euros na noite de Natal e de 167 euros no Réveillon. Nas duas datas, Lisboa é o destino mais caro (166€ no Natal, 218€ na passagem de ano) ficando logo de seguida o Alentejo (142€ no Natal, 193€ na passagem de ano). Foi durante a pandemia que o Alentejo se destacou e foi “para o pelotão da frente”, sendo um mercado mais “exclusivo e procurado por quem tem mais poder de compra”, disse Cristina Siza Vieira, vice-presidente executiva da AHP — Associação da Hotelaria de Portugal, aquando da apresentação do inquérito flash “Perspetivas Natal e Réveillon” realizado entre 2 e 12 de dezembro e apresentado esta quinta-feira.
Considerando que o “Alentejo em períodos off season tem uma performance muito interessante e uma expectativa muito consolidada”, Cristina Siza Vieira destacou que, em 2021, 45% dos estabelecimentos inquiridos dessa região do país referem que já praticavam os preços que vão manter este ano no Natal — “mesmo com as restrições todas” relacionadas com a Covid-19. Para perto de 90% dos inquiridos dos Açores, Madeira, Algarve e Lisboa, os preços para essa noite estão “melhores ou muito melhores” do que os praticados em 2021 na ótica dos empresários, o que significa que estão mais caros. Quanto à passagem de ano, o inquérito refere que os valores de 2021 vão ser “igualados ou superados por 90% de todos os inquiridos”.
A esmagadora maioria dos 407 estabelecimentos inquiridos acredita que as reservas de 2021 serão superadas. 89% dos inquiridos crê que as taxas de ocupação que se registaram no ano passado no Natal vão ser superadas. Por sua vez, 92% acreditam que a taxa de ocupação deste ano vai superar ou igualar os valores de 2021 na passagem de ano.
O inquérito realizado pela Associação da Hotelaria de Portugal destaca ainda que os estabelecimentos destacam no top três de principais mercados do Natal e da passagem de ano os seguintes países: Portugal (mercado interno — não apenas dos portugueses, mas os residentes no país), Espanha, França, Reino Unido, EUA e Alemanha. A vice-presidente executiva da AHP chamou a atenção para o facto de os norte-americanos já fazerem parte do top três para 27% dos inquiridos: “É algo que para nós prova que a aposta no mercado dos EUA tem tido resultados”.
Questionada sobre uma possível necessidade de reforço de pessoal por parte dos hotéis para o Natal e o Ano Novo, Cristina Siza Vieira reconheceu que este é “sempre um período um bocado difícil” e “mais delicado”. Os estabelecimentos farão “o melhor com os trabalhadores que têm”, dado que a expectativa de contratação por via dos “circuitos de emigração” ou “pela reentrada de trabalhadores no setor não está a concretizar-se” — sendo que vão existir “muitas horas extraordinários a ser praticadas”. A responsável alertou ainda que taxas de ocupação como as que são esperadas para as festas deste mês de dezembro já foram verificadas “no verão”.
Entre greves e condições climáticas, esperemos que nada prejudique a expectativa”, frisou Cristina Siza Vieira.
Web Summit. Preço médio por quarto deu um “salto muito grande” face a 2019
No mesmo evento de apresentação das perspetivas para o Natal e para o Réveillon, a Associação da Hotelaria de Portugal destacou os resultados do inquérito “After Web Summit” — com dados que remontam ao período entre 1 e 4 de novembro.
Na Área Metropolitana de Lisboa (AML), 93% dos 120 inquiridos registou uma taxa de ocupação superior a 80%, enquanto 82% dos inquiridos da cidade de Lisboa reportaram uma taxa superior a 90%. Por sua vez, o preço médio por quarto “deu um salto muito grande” este ano face a 2019, o último ano antes da pandemia em que a feira tecnológica se tinha realizado totalmente em formato presencial.
Com mais participantes e startups, mas menos nacionalidades e investidores, alugar um quarto num hotel para a Web Summit custou este ano, em média, 210 euros na cidade de Lisboa e 193 euros na Área Metropolitana de Lisboa. Números que comparam os 155 euros na cidade de Lisboa e os 142 euros na AML cobrados em 2019.
Nos dados da Associação da Hotelaria de Portugal é também feita uma estimativa de receitas diárias (multiplicando o preço médio do quarto, pela média de taxa de ocupação e pelo número de quartos): mais de 4,7 milhões de receita diária na cidade de Lisboa e mais de 5,6 milhões na Área Metropolitana de Lisboa.