Um investigador da Universidade de Coimbra (UC) descobriu um fóssil de nova espécie de conífera, na flora do Cretácico Inferior do Juncal, no distrito de Leiria, informou esta segunda-feira aquela instituição de ensino superior.

O cientista do Centro de Ciências do Mar e do Ambiente (MARE) da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) descobriu uma nova espécie de conífera atribuível à família Cheirolepidiaceae, anunciou a UC, numa nota de imprensa enviada à agência Lusa.

“A nova espécie Pseudofrenelopsis zlatkoi foi identificada em flora do Cretácico Inferior do Juncal, no distrito de Leiria, tendo sido dedicada a Zlatko Kvacek, antigo professor da Universidade de Charles, Praga, República Checa”.

Esta nova espécie assemelha-se a uma outra cheirolepidiácea, Pseudofrenelopsis parceramosa, mas difere por apresentar cutícula mais fina, áreas nodais expandidas e entre-nós sulcados.

“Pseudofrenelopsis zlatkoi é caracterizada por apresentar entrenós sulcados e a sua morfologia é espelhada na disposição das estruturas epidérmicas, tendo geralmente cristas construídas por células epidérmicas ordinárias alongadas”, disse, citado na mesma nota, o investigador da UC, Mário Miguel Mendes.

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De acordo com o cientista, a nova espécie pertence a “uma família de coníferas já extinta – Cheirolepidiaceae”.

“Os frenelopsídeos são extremamente importantes porque, a par dos pólenes que produzem, atribuíveis ao género Classopollis, dão indicações ambientais muito precisas, nomeadamente, a existência de ambientes secos e áridos“, acrescentou.

Esta investigação é centrada no estudo das floras do cretácico português, com o objetivo de compreender a composição florística existente à época e, consequentemente, as condições paleoclimáticas que presidiram à radiação e diversificação das angiospérmicas.

O estudo tem vindo a ser desenvolvido em parceria com diversas instituições internacionais, nomeadamente o Swedish Museum of Natural History de Estocolmo, na Suécia, a Universidade de Aarhus, na Dinamarca, a Universidade de Yale, nos Estados Unidos da América, e o National Museum Prague, na República Checa.

Mário Miguel Mendes deu ainda nota de que os trabalhos, no âmbito desta investigação, prendem-se, fundamentalmente com o “estudo da evolução das angiospérmicas (plantas com flor) e Portugal tem uma geologia com características únicas que possibilitam acompanhar as principais etapas de evolução da flora, pois, salvo algumas lacunas, estão representadas rochas com registo fossilífero desde o proterozóico superior até ao período atual”.

Este estudo teve o financiamento das instituições internacionais envolvidas, bem como da sua unidade de I&D, o MARE/ARNET da Universidade de Coimbra.