Stéphanie Sá Silva, que foi a diretora jurídica da TAP até março, não recebeu qualquer indemnização da empresa quando abandonou as funções. O esclarecimento foi prestado ao Observador por fonte oficial da TAP no quadro de um conjunto de perguntas sobre o pagamento de compensações a ex-gestores e diretores a propósito do caso de Alexandra Reis, a atual secretária de Estado do Tesouro que terá recebido meio milhão de euros quando saiu da administração da transportadora.
A ex-diretora jurídica da TAP, que tinha sido nomeada durante a gestão privada da empresa, é casada com Fernando Medina e anunciou a decisão de abandonar o cargo na TAP no mesmo dia em que o marido assumiu funções como ministro das Finanças. “Por motivos que são públicos, comuniquei hoje à Comissão Executiva a cessação das minhas funções”, afirmou em março de 2022, num post do LinkedIn, tal como o Observador noticiou.
Medina já fez uma baixa. Mulher deixa de ser diretora jurídica da TAP
O nome de Stéphanie Silva foi referido esta terça-feira por André Ventura quando anunciou a intenção do partido de pedir à Inspeção-Geral de Finanças uma denúncia para que esta entidade tutelada pelo Ministério das Finanças investigasse as nomeações feitas por Fernando Medina para empresas públicas e o pagamento de eventuais indemnizações a altos quadros que tenham tido a iniciativa de abandonar as suas funções.
O documento apresentado pelo partido cita este caso. “Por exemplo, Stéphanie Sá da Silva, mulher do ministro das Finanças, terá cessado as suas funções como diretora jurídica da TAP após a nomeação do seu marido para o Governo. Ora, importa perceber se também ela terá recebido indemnização idêntica, sendo claro que a sua saída foi da sua iniciativa”, lê-se no pedido.
Stéphanie Silva foi apontada para o gabinete jurídico ainda durante a gestão de David Neeleman e Antonoaldo Silva. E foi um dos nomes que surgiu envolvido na polémica dos prémios atribuídos durante esta gestão a vários diretores da TAP, numa lista onde estava também o nome de Alexandra Reis. Os prémios de desempenho foram atribuídos após um ano em que a empresa registou prejuízos.
TAP. Chega envia queixa à Inspeção-Geral das Finanças sobre indemnizações pagas
