O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, disse esta terça-feira que vai alterar a estratégia sobre o acordo nuclear com o Irão e reiterou que se oporá abertamente à sua reativação, apesar dos esforços internacionais para o recuperar.
Netanyahu reconheceu que existe a possibilidade de que os signatários consigam recuperar o acordo nuclear com o Irão e sublinhou que o seu Governo, que assumiu o poder na semana passada, é “diferente e agirá de forma diferente”.
“Trabalharemos abertamente, a partir de uma posição de força, na cena internacional contra um regresso ao acordo nuclear”, garantiu o primeiro-ministro israelita, referindo-se ao tratado assinado em 2015, que foi abandonado unilateralmente pelos Estados Unidos, em 2018, e que agora procura ser recuperado através de negociações que decorrem em Viena.
Parlamento de Israel aprova novo governo de direita de Benjamin Netanyahu
Netanyahu assegurou ainda que Israel realizará esses esforços “não apenas em conversas com líderes, à porta fechada, mas de forma firme e aberta na esfera da opinião internacional, que agora está ciente dos verdadeiros perigos que o Irão representa“, disse o líder israelita.
O porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano, Naser Kanani, disse na segunda-feira que Teerão está “totalmente preparada” para reativar o acordo, ressalvando que “a bola está do lado ocidental”.
Acrescentou que para recuperar o acordo, são necessárias “decisões políticas” por parte dos países ocidentais, aos quais pediu uma “postura construtiva e realista”.
Kanani acusou ainda Netanyahu de “repetir acusações falsas” sobre o programa nuclear, depois de tomar posse, e insistiu que “o primeiro-ministro do regime sionista está a tentar criar uma identidade para si e para o regime ilegítimo de Israel”.