Era uma Final Four, juntava as quatro melhores equipas, deu mais uma mostra da competitividade que o basquetebol nacional pode ter na altura das decisões. Na primeira meia-final, um clássico entre FC Porto e Sporting com resultado sempre imprevisível, os dragões até partiam com um ligeiro favoritismo frente a um conjunto verde e branco que ficou sem um possível reforço após chumbar nos exames médicos mas foram os leões a levar a melhor (97-84). No segundo jogo do dia, o Benfica tinha um avanço ainda maior num plano meramente teórico e até começou com uma confortável vantagem no jogo mas a Ovarense recuperou e acabou por surpreender os atuais campeões numa partida decidida nos últimos segundos (77-76).

Mais de uma década depois, o conjunto de Ovar voltava a uma final da Taça Hugo dos Santos, competição que já ganhara por três ocasiões, tendo pela frente um Sporting que no último ano venceu pela primeira vez a prova e que tentava agora somar o segundo troféu na temporada depois da vitória na Supertaça que abriu a temporada. E, como se vira na véspera, o resultado mais desnivelado no encontro em ambos a contar para a fase regular da Liga, com triunfo em casa dos leões por 94-72, não servia de barómetro para a final.

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“Vai ser um jogo extremamente difícil, com muita emoção. Temos que fazer um esforço extra para sermos superiores”, resumira Pedro Nuno, treinador dos lisboetas (que como jogador se destacou na formação de Ovar). “O grupo quer colocar a Ovarense no lugar onde esteve muitos anos o mais rápido possível. Os jogadores têm de deixar tudo, são mais 40 minutos. Sabemos do poderio do Sporting, do seu físico, mas como fizemos com o Benfica, vamos tentar superar a intensidade de jogo”, comentara João Tiago Silva, técnico dos vareiros que tentava agora completar a surpresa numa Final Four onde partia como outsider. E desta vez não houve surpresa, com os leões a decidirem praticamente o jogo em dez minutos no período inicial para carimbarem a segunda Taça Hugo dos Santos consecutiva e o segundo troféu da época.

Se é dérbi, é verde: Sporting volta a derrotar Benfica e conquista pela primeira vez Taça Hugo dos Santos

Um pouco à semelhança do que acontecera na véspera com o Benfica, a Ovarense voltou a ter uma entrada falhada que estendeu a passadeira ao Sporting para cavar uma substancial diferença nos quatro minutos iniciais de jogo: muita agressividade ofensiva com situações de 2×1 a causar mossa, grande eficácia a nível de lançamento, bolas “impossíveis” como uma em que Armwood marcou sem ângulo, uma vantagem de 15-2 a levar os vareiros a pedirem um desconto de tempo. Só mesmo com sete minutos de jogo a Ovarense voltaria a marcar mas a tentativa de reação não teve grandes resultados práticos, com a formação verde e branca a dominar por completo, a chegar aos 20 pontos de avanço (30-10) e a fechar o período com 35-14.

Com muito apoio das bancadas, a Ovarense teria de reagir para reduzir a desvantagem e manter ainda as esperanças na final mas, apesar das melhorias em termos defensivos que trouxeram outro tipo de problemas ao Sporting no ataque, foi continuando a falhar muito no plano ofensivo, sofrendo ainda um triplo no último segundo de Diogo Araújo que manteve o “fosso” quase igual ao intervalo com 17 pontos de atraso (47-30).

João Tiago Silva preparou outras soluções não só para travar as principais unidades dos leões mas também para ter outras alternativas no plano ofensivo mas nem por isso o encontro sofreu grandes alterações, com o Sporting a ter sempre o encontro controlado, a conseguir alguns períodos de maior espectáculo com Diogo Ventura, Armwood e Joshua Patton como principais protagonistas e a entrar no último período com 20 pontos de avanço (67-47), uma diferença demasiado grande para poder ainda haver algum tipo de recuperação nos dez minutos finais pela Ovarense num encontro que acabou por ter menos história do que se pensava à partida apesar da boa reação nos últimos minutos que colocou o resultado final em 79-71.