O treinador do Sporting, Rúben Amorim, explicou esta quinta-feira que a promessa de não contratar mais avançados se Chermiti renovar contrato é uma “estratégia” para segurar os jovens da formação face à cobiça de outros clubes de futebol.
O jovem avançado dos ‘leões’, de apenas 18 anos, estreou-se pela equipa principal no domingo, na visita ao Benfica (2-2), para a I Liga, e o treinador lembrou, em conferência de imprensa, que o Sporting não tem “a capacidade de outros clubes” e que só pode combater o assédio aos seus jogadores mostrando-lhes confiança.
É a nossa forma de conquistar os jogadores de talento como o Chermiti, o Rodrigo [Ribeiro]. Nós não temos capacidade financeira para combater alguns outros clubes que andam à volta deles e nós sabemos. Essa é a nossa forma de ficar com os jogadores e, portanto, é uma estratégia”, assumiu o técnico, na antevisão ao jogo com o Vizela, da 17.ª jornada.
Questionado sobre as características que o levaram a expressar, publicamente, tanta confiança no jogador de ascendência tunisina, mas natural dos Açores, Amorim exclamou que “é olhar para ele” e considerou mesmo que “pode vir a ser uma referência no Sporting e na seleção” portuguesa.
“É um jogador muito alto, mas tem uma capacidade de ir no espaço. É difícil de encontrar as duas coisas. Apesar de olharmos para ele, com um metro e noventa e tal [1,92 metros], é um jogador muito virtuoso. Portanto, pode conjugar tudo. E, depois, trabalha muito e isso é meio caminho andado para jogar no Sporting, em qualquer equipa e principalmente nas minhas equipas. Tudo nele diz que pode ser um jogador de sucesso”, elogiou o técnico.
Amorim, de resto, não se coibiu de lembrar que Chermiti e também Rodrigo Ribeiro, de apenas 17 anos, podem vir a protagonizar futuras transferências ‘milionárias’ para o clube e estabeleceu uma comparação com Nuno Mendes, atual defesa esquerdo do Paris Saint-Germain, também formado em Alcochete.
“O Nuno Mendes não era nada disto e num ano transformou-se no jogador que nós todos conhecemos. Num ano apenas e foi vendido por 40 milhões [de euros]. É aquilo que eu acredito para o Chermiti e para Rodrigo [Ribeiro]. Agora, depende deles”, comparou.
Ainda relativamente ao mercado de transferências, Amorim recusou comentar o noticiado interesse do clube no defesa Diomandé, emprestado ao Mafra pelo Midtjylland, mas assumiu que “pode chegar mais um central de pé direito”.
Quanto ao interesse de outros clubes nos jogadores do seu plantel, considerou que estes “podem estar um bocadinho mais ansiosos” durante o mês de janeiro, uma vez que “é impossível isso não mexer com os jogadores”, e reiterou que Pedro Porro só deixará o Sporting se algum clube pagar a cláusula de rescisão.
“Não posso garantir nada, [mas] não me parece que saia. Para sair, neste momento, tem de sair pela cláusula de rescisão. É o conhecimento que eu tenho. Portanto, ou existe um clube que bata a cláusula de rescisão e o Porro queira sair, ou então não vai sair em janeiro”, resumiu, sobre o propalado interesse dos ingleses do Tottenham no lateral espanhol.
Rúben Amorim abordou a renovação de Chermiti e as questões do mercado de transferências na antevisão do encontro com o Vizela, da 17.ª jornada da I Liga portuguesa de futebol, que se disputa na sexta-feira, às 21:15, no Estádio José Alvalade, em Lisboa, com arbitragem de Rui Costa, da Associação de Futebol do Porto.
Os ‘leões’ seguem em quarto lugar na I Liga, a 12 pontos do líder do campeonato, o Benfica, e atrás de Sporting de Braga, segundo, e FC Porto, terceiro, numa época onde já somaram cinco derrotas e dois empates em 16 jornadas disputadas.