O Governo brasileiro declarou estado de emergência sanitária na reserva indígena Yanomami, a maior do Brasil, face à falta de assistência médica à população, que sofre de desnutrição infantil e malária. O Presidente brasileiro, Luis Lula da Silva, que visita este sábado a região para perceber o estado das crianças yanomami, criou também uma comissão nacional de coordenação para combater a falta de assistência médica à comunidade indígena, de acordo com o publicado numa edição extra do Diário Oficial na noite de sexta-feira, adiantou a EFE.

A declaração de emergência sanitária foi assinada pela ministra da Saúde, Nísia Trindade, que vai também instalar um centro de operações de emergências de saúde pública para “planear, organizar, coordenar e controlar” as medidas tomadas para resolver a situação.

“Somaremos esforços na garantia da vida e superação dessa crise”, afirmou hoje Lula da Silva nas redes sociais, enquanto se dirigia ao estado amazónico de Roraima, na fronteira com a Venezuela, onde se localiza grande parte do território Yanomami.

O líder do Partidos dos Trabalhadores e Presidente do Brasil é acompanhado pela ministra dos Povos Índigenas Sônia Guajajara, que alertou para a crise “humanitária e sanitária” que enfrentam os yanomami, também afetados pela forte presença de mineiros informais, principalmente em busca de ouro.

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“É muito triste saber que os indígenas, entre os quais 570 crianças yanomami, morreram de fome durante o último Governo” de extrema-direita de Jair Bolsonaro, denunciou a ministra no seu perfil no Twitter, tendo classificado como “inadmissível” ver os seus “familiares morrerem de desnutrição”.

A reserva indígena Yanomami é um vasto território de quase 10 milhões de hectares e onde vivem atualmente mais de 30.400 pessoas, de acordo com dados oficiais. Na década de 1990, os yanomami perderam um quinto da população devido a doenças importadas por garimpeiros, cuja atividade Bolsonaro tentou legalizar, no âmbito da sua política de defesa da exploração de recursos naturais da Amazónia.

Lula prometeu que durante o seu mandato, que termina em janeiro de 2027, vai proteger os povos indígenas e acabar com a destruição da selva amazónica, que alcançou níveis recorde de desflorestação enquanto Bolsonaro esteve no poder.