A ex-secretária de Estado Alexandra Reis já foi ouvida pela Inspeção-Geral de Finanças, no contexto da auditoria sobre a indemnização de 500 mil euros brutos que recebeu quando saiu da TAP e que acabou por desencadear uma crise no seio do Governo.
A informação é avançada pelo Expresso, que acrescenta que Pedro Nuno Santos vai dar o seu testemunho por escrito. O relatório final que a IGF está a preparar, adianta o jornal, estará “para breve”.
A notícia chega depois de o mesmo jornal ter adiantado, esta semana, que o antigo secretário de Estado das Infraestruturas, Hugo Mendes, teve de alterar o seu testemunho depois de Pedro Nuno ter encontrado a troca de mensagens “informal” em que dava o seu acordo para avançar com a indemnização.
TAP: Descoberta de Pedro Nuno Santos levou secretário de Estado a corrigir depoimento
Inicialmente, Mendes estaria alinhado com a versão contada por Pedro Nuno, que insistia que não tinha conhececido, na altura, o valor que estava em causa e que só tinha sabido que havia um acordo por um montante mais baixo do que Alexandra Reis tinha pedido inicialmente. Entretanto, como o Observador avançou, percebeu-se que o próprio Hugo Mendes tinha na sua caixa de correio um e-mail que detalhava os valores do acordo.
Faltava o último passo: depois da audição parlamentar da CEO da TAP, Ourmières-Widener, que garantiu ter tido autorização escrita, Hugo Mendes e Pedro Nuno foram rever todas as mensagens que tinham trocado por esses dias e o ex-ministro disse ter percebido então que tinha, de facto, dado o seu OK à indemnização e ao seu valor específico numa troca de mensagens.
Pedro Nuno Santos admite que afinal sabia valor e deu ok a indemnização de Alexandra Reis
A investigação da IGF, assim como da CMVM, foi pedida pelo Governo, depois de Pedro Nuno Santos (ainda no Executivo) e o ministro das Finanças, Fernando Medina, terem pedido informação sobre o caso à TAP. No Parlamento, Medina veio garantir que o Governo espera pela auditoria para perceber se houve ilegalidades no processo e “tirar conclusões sobre o funcionamento” da companhia aérea portuguesa.