O motor 1.6 V6 Turbo com sistema KERS que a Ford está a desenvolver para a Fórmula 1, em colaboração com a equipa campeã Red Bull Racing, apenas se estreará em 2026, com a mudança dos regulamentos. Mas o construtor norte-americano já está a facturar com a associação à equipa que produz os melhores chassis da disciplina, não só fotografando os pilotos oficiais do team junto aos seus modelos de estrada, como aproveitando a colaboração da Red Bull para desenvolver um veículo 100% eléctrico.
O CEO da Ford, Jim Farley, revelou numa entrevista à MotorTrend que a parceria criada para a F1 vai alargar-se aos veículos de série. “Já estamos a trabalhar no duro para desenvolver um eléctrico estrategicamente importante e em relação ao qual estamos muito entusiasmados”, avançou Farley. O CEO não forneceu mais dados sobre o modelo, mas curiosamente esta participação da Red Bull está em linha com os desejos da equipa de F1 que, depois de conceber o chassi e a aerodinâmica do Valkyrie e do Valhalla para a Aston Martin, decidiu que estava na altura de conceberem um hiperdesportivo com marca Red Bull.
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Este casamento entre Ford e Red Bull não terá sido tão difícil de organizar quanto muitos poderão pensar, uma vez que o construtor americano possui uma importante experiência na modalidade, apesar de ser em associação com a Cosworth. Foi também a Ford que vendeu a Jaguar F1 Team à Red Bull em 2004, para que a equipa das bebidas energéticas pudesse entrar no campeonato. Desde então, a Red Bull apoiou alguns projectos da Ford na competição, pelo que o desenvolvimento da nova mecânica para o próximo regulamento não pode causar surpresa.
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Se tivéssemos que adivinhar qual o eléctrico “estrategicamente importante” em que a Red Bull vai colaborar com a Ford, teria de ser necessariamente um modelo desportivo, pois o grande trunfo da equipa é Adrian Newey, o projectista que construiu os fórmulas que asseguraram os quatro títulos do Mundial com Sebastian Vettel e os últimos dois com Max Verstappen. Para se ter uma ideia da qualidade de trabalho de Newey, basta admirar os modelos que desenhou e concebeu para a Aston Martin, sobretudo o mais possante Valkyrie e o mais acessível Valhalla.
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Caso a Ford decidisse enveredar por um modelo deste calibre, um superdesportivo eléctrico ao nível do Ford GT com motor de combustão, então até a Red Bull poderia aproveitar e apanhar a boleia, e assim estrear-se como construtor de automóveis, além da actividade na F1. Sempre em torno do projectista Adrian Newey.