O PSD aproveitou logo a primeira pergunta a António Costa Silva, ministro da Economia, para o confrontar com a demissão da presidente da ANI, que acusou os dois ministérios que são a sua tutela de não lhe terem dado apoio político. Joana Mendonça demitiu-se e escreveu uma carta dizendo que não conseguiu reunir com Elvira Fortunato, ministra da Ciência e Tecnologia, e que não teve respostas a muitas das suas propostas.
“Quando pensávamos que tinha arrumado o seu Ministério com as substituições no IAPMEI, Banco do Fomento, e a exoneração dos seus secretários de Estado, acontece a demissão na ANI”, que, segundo o deputado social-democrata Jorge Salgueiro Mendes, foi um “bater de porta com estrondo” por parte de Joana Mendonça, reportando-se às notícias para dizer que a demissão causou mau estar no seio do PS e de membros do Governo. E por isso pediu explicações de mais “um caso e casinho”.
António Costa Silva, que já tinha dito ao Público que a presidente da ANI não estava assim tão preocupada, pediu ao deputado social-democrata para “não se iludir com peças de notícias de jornais”. E disse que o deputado está “completamente enganado”, recusando existir um caso. “Hoje mesmo o senhor secretário de estado da Economia, que é uma das pessoas mais competentes que temos, reuniu com a presidente da ANI, uma reunião que estava prevista há muito tempo”.
E garante que este governante, Pedro Cilínio já tinha reunido com Joana Mendonça em dezembro e em janeiro. E garante que o próprio ministro e também Elvira Fortunato se reuniram com a agência por causa do cluster do espaço. “Não se deixe iludir pelas demissões”, dizendo não haver insubstituíveis. “Vai ser substituída e vamos identificar uma pessoa com muitas capacidades e melhorar ainda mais a ANI”.
Uma das críticas de Joana Mendonça, na carta de demissão, era de que não tinha sido ouvida sobre as mudanças ao SIFIDE, um programa de benefícios fiscais para a inovação, cuja discussão está no Parlamento. Costa Silva desmente Joana Mendonça: “Posso assegurar que a ANI e a senhora presidente participaram em todo o processo, fizeram sugestões, foram comunicadas” e garante que sempre “mantive boa relação com ANI e a sua presidente”.
Sobre o SIFIDE, lembrou a auditoria da IGF e garante que há mais 40 auditorias a serem feitas.