As salas de cinema no espaço da União Europeia e no Reino Unido ainda não recuperaram totalmente do impacto da pandemia da Covid-19, com 2022 a contabilizar 643 milhões de espectadores, revelou o Observatório Europeu do Audiovisual (OEA).
Num balanço estatístico, divulgado na quinta-feira, sobre a exibição cinematográfica em 2022 nos 27 Estados-membros da União Europeia (UE) e no Reino Unido, o observatório indica o registo de 643 milhões de espectadores, o que representa um aumento de 63% face a 2021, com 394 milhões de entradas.
No entanto, comparando com 2019, ano pré-pandemia, a quebra ainda é acentuada, já que naquele ano se registaram 1.007 milhões de espectadores nas salas de cinema.
“Os dados mostram que o setor da exibição cinematográfica na Europa ainda não recuperou totalmente da crise em 2022, por conta de alguma hesitação do público e de efeitos colaterais à pandemia”, sublinha o Observatório Europeu do Audiovisual.
Apesar de as estatísticas serem ainda provisórias, o observatório denota disparidades entre os Estados-membros na forma como recuperaram face ao impacto da pandemia nas idas ao cinema.
Entre os países analisados, França teve a melhor audiência em sala em 2022, com 152 milhões de bilhetes vendidos, quando no ano anterior tinham sido 95,5 milhões de entradas.
Espanha, Polónia e Croácia tiveram a mais baixa taxa de crescimento de audiência em sala, em 2022. No caso espanhol, houve um aumento de 13,7 milhões de espectadores, para um total de 55,4 milhões. Um valor que representa pouco mais de metade do registado em 2019.
As receitas de bilheteira de 2022 foram impulsionadas sobretudo por produções norte-americanas, entre as quais “Avatar: O caminho da água” e “Top Gun: Maverick”.
Em Portugal, onde os dados são compilados pelo Instituto do Cinema e do Audiovisual, os cinemas registaram 9,5 milhões de espectadores e 55,3 milhões de euros de bilheteira em 2022, num aumento de mais de 70% face a 2021, mas ainda aquém da exibição pré-pandemia.
Comparando com o ano anterior à pandemia da Covid-19, os dados demonstram que a recuperação da exibição em sala de cinema tem sido lenta, com a audiência a não conseguir chegar aos 15,5 milhões de espectadores e 83,2 milhões de euros de receitas obtidos em 2019.