No hóquei em patins, o ambiente tem estado tenso entre Sporting e Benfica. O último dérbi envolvendo os dois clubes de Lisboa tinha terminado com uma queixa-crime da equipa da Luz ao guarda-redes dos leões, Ângelo Girão, por, alegadamente, ter agredido Lucas Ordoñez “com duas stickadas, uma no pescoço e outra no braço” momentos antes do início do encontro, segundo comunicado do clube encarnado.

Percebia-se então qual era a tensão que se vivia. Quando a bola começou a rolar no Pavilhão João Rocha para a partida dos oitavos de final da Taça de Portugal, o historial recente era favorável aos encarnados que tinham vencido os últimos quatro encontros, o que levou o treinador verde e branco, Alejandro Domínguez, a comentar: “Vem aí um rival que ainda não conseguimos vencer esta época e, ainda por cima, é um jogo decisivo. Quem ganhar segue em frente e quem perder é eliminado, por isso temos uma grande oportunidade para vencer visto que jogamos em casa, perante os nossos adeptos”.

Diante do seu público, o Sporting não vacilou e aplicou um claro 5-1 ao Benfica, deixando os encarnados de fora da Taça de Portugal. No fim, o jogo que, não ultrapassando os limites, foi quezilento, principalmente na segunda parte, terminou com “Baile de verão” de José Malhoa no sistema sonoro do pavilhão.

“E toda a malta gritou” golo quando Toni Pérez bateu pela primeira vez Pedro Henriques. O Benfica tentou responder imediatamente e Nicolía dispôs de um penálti que Ângelo Girão defendeu. Ao invés, Gonzalo ‘Nolito’ Romero aumentou a vantagem, também de grande penalidade. João Souto, fechou o 3-0 com que o jogo foi para o intervalo.

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O Benfica apareceu mais forte na segunda parte e Nicolía reduziu e tornou o vencedor da eliminatória uma indefinição. No entanto, num momento decisivo, Pablo Álvarez falhou um livre direto, permitindo a defesa a Girão. O argentino ainda festejou o golo, mas a bola ficou presa no equipamento do guarda-redes. Seguiu-se uma série de cartões azuis. O primeiro para o jogador verde e branco, João Souto, e os seguintes para os benfiquistas Carlos Nicolía e Diogo Rafael. Nenhum dos livres diretos foi convertido.

A partir daí, o momento do Benfica passou e o Sporting voltou a recuperar as rédeas do jogo. Gonzalo Romero e João Almeida fecharam as contas. Pelo meio, João Souto (de novo) e Roberto Di Benedetto viram cartão azul. A equipa da Luz que vinha cometendo menos infrações, acabou por, nos últimos minutos acelerar o ritmo a que cometia faltas, alcançando a décima, marca que o Sporting já tinha alcançado anteriormente.

O Benfica, líder do campeonato, cai da Taça de Portugal, falhando a conquista do 16.º troféu. O Sporting continua à procura de vencer uma competição que não ganha desde 1990.