O ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, que está a ser investigado por alegadas irregularidades na revalidação da sua carta de condução, realizou a formação obrigatória 13 meses depois do exame de condução, o que vai contra as regras.
Segundo a TVI, que avança a notícia, João Gomes Cravinho, então ministro da Defesa, esteve pelo menos sete anos com a carta de condução caducada. Nestes casos em que o documento está caducado há mais de cinco anos, teria de fazer uma ação de formação e um novo exame de condução, por esta ordem, para o renovar. Essa informação consta no site do IMT. Mas o ministro fez o processo ao contrário, de acordo com a estação televisiva.
A 20 de julho de 2021, alugou um carro ao ACP para fazer o exame de condução. Por essa altura, o Ministério Público recebeu uma denúncia segundo a qual o então presidente do Instituto da Mobilidade e dos Transportes (IMT), Eduardo Feio, teria alegadamente tentado favorecer o ministro na renovação da carta. O canal já tinha adiantado que Eduardo Feio teria ajudado o ministro falsificando procedimentos obrigatórios à renovação do documento, dispensando o governante “de aulas ou exames regulamentares”.
Pouco depois do envio da denúncia, a 9 de agosto de 2021 foi instaurado um inquérito-crime no DIAP de Lisboa, no qual se investigam crimes de abuso de abuso de poder e tráfico de influências.
Só depois de instaurado esse inquérito-crime, a 10 de agosto de 2022, é que Gomes Cravinho fez a formação online, obrigatória antes do exame. Ou seja, com 13 meses de atraso. À TVI, o ministro indica que desconhecia as regras: “Realizei os procedimentos necessários para a revalidação da carta de condução nos momentos em que fui convocado pela entidade competente”, disse.
A estação televisiva lembra ainda que, a 16 de setembro de 2022, o Conselho de Ministros nomeou Eduardo Feio para a administração do porto de Aveiro.