A empresa Águas de Gaia está no centro de uma investigação do Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto por suspeitas de ilegalidades em ajustes diretos feitos a várias empresas. A Polícia Judiciária, sabe o Observador, já terá inclusivamente feito buscas na passada terça-feira às instalações desta empresa municipal, onde recolheu vários documentos.

Questionada pelo Observador, a Procuradoria-Geral da República também confirmou a investigação em curso, acrescentando que a mesma “se encontra em segredo de justiça”: “Ao abrigo do disposto no art.º 86.º, n.º 13, al. b), do Código de Processo Penal, confirma-se apenas a realização de buscas no âmbito de um inquérito que corre termos no DIAP Regional do Porto”.

Segundo apurou o Observador, as autoridades estão a passar a pente fino várias adjudicações — sobretudo ajustes diretos e procedimentos lançados com consulta de mercado. Uma das suspeitas será relativa à organização da gala de aniversário dos 20 anos empresa, em 2019. De acordo com a investigação, a Águas de Gaia poderá ter pago por serviços fictícios ou redundantes.

Quando, no início desta semana, mais uma dezena de inspetores da Judiciária chegaram às instalações das Águas de Gaia, o Presidente do Conselho de Administração da empresa municipal, o socialista Miguel Lemos (no cargo desde 2022), encontrava-se fora do território nacional — participava como orador numa conferência em Espanha, tendo a equipa da Judiciária sido recebida pelo departamento jurídico.

Questionado esta sexta-feira pelo Observador, Miguel Lemos confirmou as buscas: “Confirmo que foram efetuadas as diligências e que prestámos toda a colaboração solicitada. Aguardamos por mais informações”.

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