A informação foi revelada por um trabalhador do Crescente Vermelho sudanês, sob condição de anonimato à agência Efe. Afirmou que as mais de 1.000 pessoas foram retiradas de várias escolas, escritórios e instituições no centro de Cartum, onde tinham estado escondidas desde a manhã de sábado, altura em que começaram os confrontos entre o exército do país e as Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) paramilitares.
Ainda segundo o trabalhador do Crescente Vermelho, um grande grupo de jornalistas locais e correspondentes de televisão regionais encontravam-se encurralados, sem dar mais pormenores.
Entretanto, cerca de 450 estudantes da Escola Kamboni, no centro de Cartum, foram também retirados do estabelecimento de ensino, onde estiveram presos durante mais de 24 horas, disse a escola num comunicado.
Os combates entre os dois lados continuaram pelo segundo dia consecutivo e até agora deixaram pelo menos 56 civis mortos e cerca de 600 feridos, de acordo com o Comité de Médicos Sudanês.
Face à escalada da violência em cidades densamente povoadas, o exército e as RSF aceitaram uma proposta da ONU para estabelecer corredores humanitários e cessaram os combates em áreas residenciais entre as 16:00 locais e as 19:00.
No entanto, as hostilidades não cessaram em áreas distantes dos centros urbanos, tais como perto do quartel-general do exército, ou nas proximidades do Aeroporto Internacional de Cartum, onde ocorreu uma explosão num depósito de combustível.
Os confrontos começaram na manhã de sábado, dois dias após o exército ter advertido que o país atravessa uma “conjuntura perigosa” que poderia levar a um conflito armado, na sequência do destacamento de unidades das RSF na capital sudanesa e noutras cidades, sem o consentimento ou a coordenação das forças armadas.