O poeta Joaquim Pessoa morreu na manhã desta segunda-feira, aos 75 anos, anunciou a editora Edições Esgotadas.

“É com imenso pesar que a Editora Edições Esgotadas informa que o nosso poeta, Joaquim Pessoa, partiu esta manhã. Estamos de luto, para além da família, todos os que o lemos e amamos. Um poeta nunca morre!”, lê-se num post no Facebook da editora.

Joaquim Maria Pessoa, conhecido como Joaquim Pessoa, nasceu no Barreiro, distrito de Setúbal, em 1948. Conhecido como poeta, publicitário e artista plástico, editou o seu primeiro livro em 1975, “O Pássaro no Espelho” (Moraes Editores). Ao longo da sua vida publicou mais de 30 obras. Em 1981, publicou “O Livro da Noite” (Moraes Editores), prémio de poesia da associação portuguesa de escritores, e, em 1982, “O Amor Infinito”, que recebeu o prémio de literatura António Nobre. O último título publicado é o livro infantil “Conversas com a chuva” (2019, Editora Edições Esgotadas).

Em 2015, a propósito dos 40 anos de atividade literária do poeta, a Câmara Municipal da Moita e a Editora Edições Esgotadas criaram o Prémio de Poesia Joaquim Pessoa, destinado a distinguir uma obra inédita de poesia escrita em língua portuguesa.

Poeta de canções, os seus poemas foram cantados por nomes consagrados do panorama musical português como Carlos do Carmo (“Cantiga de Maio”), Fernando Tordo (“Assim como quem morre”),  Carlos Mendes (“Amélia dos Olhos Doces”), Jorge Palma (“Mar Português”), Paulo de Carvalho (“Amor sem palavras”) ou Rui Veloso (“Desconversar”). É, ainda, da sua autoria a primeira versão de “Lisboa Menina e Moça” – o tema, em 1975, foi rejeitado pelo júri do Festival da Canção e não versava sobre a capital do país. Chamava-se “Do Algarve ao Minho”.

PUB • CONTINUE A LER A SEGUIR

A história de “Lisboa, Menina e Moça”, a canção que esteve para se chamar “Do Algarve ao Minho”

Diretor da Sociedade Portuguesa de Autores entre 1988 e 1994, Joaquim Pessoa foi, também, um dos fundadores da cooperativa artística Toma Lá Disco, com Ary dos Santos, Fernando Tordo, Carlos Mendes, Paulo de Carvalho e Luiz Villas-Boas.

A par da escrita, Joaquim Pessoa trabalhou enquanto publicitário na direção de várias agências de publicidade. “É um trabalho que juntamente com a minha carreira literária faz de mim um homem todos os dias feliz”, dizia em 1991 à RTP. É também “autor ou co-autor de diversos programas de televisão”, como “1000 Imagens”, “Rua Sésamo” e “45 Anos de Publicidade em Portugal”, consta no site do autor.