As chuvas em Luanda duplicaram este ano comparativamente a igual período anterior e a capital angolana deve continuar a registar forte precipitação nos próximos dias, por vezes acompanhada de ventos fortes e trovoadas, disse esta quinta-feira fonte oficial.

“Comparando com o mês de abril de 2022 as chuvas este ano aumentaram a frequência. Se olharmos para aquilo que é a ocorrência dessas intensidades, no ano passado ocorreram duas vezes em abril, mas para esta semana já vamos na quarta chuva que cai com a mesma intensidade”, disse à Lusa um responsável do instituto meteorológico angolano.

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Segundo o coordenador do Departamento de Vigilância Meteorológica do Instituto Nacional de Meteorologia (Inamet) de Angola, Gomes Muanza, o atual parâmetro de chuvas intensas que caem sobre Luanda já estava previsto no seu gráfico diário de atualizações.

Luanda, capital angolana com perto de 10 milhões de habitantes, espalhados por nove municípios, regista esta quinta-feira desde a madrugada chuvas intensas, com casas inundadas, ruas intransitáveis, queda de árvores e instituições públicas e privadas submersas entre as consequências.

O cenário de chuvas torrenciais já se arrasta desde a semana passada, tendo provocado até ao momento, nove mortes confirmadas oficialmente, e o Inamet diz que estão previstas chuvas de intensidade moderada ou localmente fortes nas próximas 24 horas, em Luanda e em algumas províncias sobretudo da faixa litoral e do interior de Angola.

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As chuvas torrenciais, acompanhadas de trovoadas e relâmpagos,  que atingiram Luanda na noite de quarta para quinta-feira obrigaram a interromper o fornecimento de energia em vários municípios da capital angolana, segundo um comunicado da Empresa Nacional de Distribuição de Eletricidade (ENDE)
A tempestade provocou a inundação de instalações elétricas, quedas de postes e linhas e outras ocorrências, privando do fornecimento de energia vários bairros dos municípios de Viana, Talatona, Kilamba Kiaxi, Luanda, Cacuaco, Belas e Icolo e Bengo. 

A ENDE informou que “mobilizou todos os meios disponíveis e está a trabalhar para repor com maior celeridade possível as zonas afetadas”.

“A costa norte do país, de Cabinda até ao Cuanza Sul, são regiões mais abrangidas, bem como uma parte da província do Uíje e as previsões para amanhã também mostram chuvas com as mesmas intensidades para as próximas 24 horas”, disse Gomes Muanza.

As províncias do Uíje, Malanje e Cuanza Norte e uma parte da Lunda Norte devem também registar precipitação.

Gomes Muanza, engenheiro meteorológico, deu conta também que as chuvas que se registam em Luanda, muitas vezes acompanhadas de ventos fortes e trovoadas, são originadas por nuvens convectivas (carregadas de energia que depois provocam descargas na atmosfera).