A Fonte de Bastardo somou vitórias em todos os jogos realizados em casa esta temporada para todas as competições, incluindo provas europeias. Daí que a visita do Benfica aos Açores, no jogo 1 da final (3-2) tenha acabado em desaire para os encarnados mesmo que a equipa de Marcel Matz tenha vencido os dois primeiros sets. Aliás, em seis encontros entre os dois conjuntos na presente época, a Fonte de Bastardo tinha vencido quatro.
A partida no Pavilhão da Luz dava hipótese ao Benfica de empatar a final do campeonato. Em caso de vitória no jogo 2 e no jogo 3, ambos disputados no ninho da águia, os açorianos (da Praia da Vitória na Ilha Terceira) até se podiam sagrar campeões nacionais pela terceira vez sem voltarem a jogar em casa. No entanto, primeiro era necessário ficar com o fator casa que pertencia ao Benfica por ter terminado a fase que antecedeu os playoffs melhor classificado, o que faz com que os encarnados joguem no seu terreno um eventual jogo 5.
O treinador do Benfica, Marcel Matz, perspetivou “um jogo difícil” na antevisão que fez ao site do clube. “A Fonte do Bastardo não perdeu nenhum jogo em casa e, em muitos deles, atropelaram os adversários. Os dois primeiros sets [do jogo 1] foram muito bons, mas, aos poucos, eles melhoraram e subiram de nível no ataque. Estamos dececionados por termos deixado fugir a vantagem de 2-0, mas, no voleibol, as reviravoltas são frequentes. No entanto, mesmo na dificuldade, nunca deixámos de trabalhar no duro”, recuperou. “Temos um grupo experiente, que sabe a responsabilidade que tem de defender os títulos nacionais ano após ano. Queremos continuar a conquistá-los e trabalhamos sempre de forma muito séria, quer venhamos de uma vitória ou de uma derrota. É uma questão estatística, mas, desde que cheguei aqui, nunca perdemos dois jogos seguidos. Depois de algumas derrotas demos sempre uma resposta positiva e esperamos voltar a fazer isso”
A Fonte de Bastardo tinha-se superiorizado bastante ao nível do bloco no primeiro encontro da final e fazia-se valer de outros indicadores estatísticos para considerar a possibilidade de voltar a vencer. O momento de forma de Edson Valência era um desses aspetos. O venezuelano vinha de uma partida de 37 pontos, consolidando o estatuto de melhor pontuador do campeonato — em termos absolutos e ao nível de pontos por set — e também de atleta com o melhor desempenho da linha de serviço. Destaque ainda para Marcão por ser uma referência no campeonato ao fazer a diferença ao nível do bloco.
Forçado pela urgência da recuperação, o Benfica venceu o primeiro set por 25-19. A resposta não tardou. Os açorianos superiorizaram-se no segundo parcial (25-18). Como seria de esperar, a partida não podia ter sido mais equilibrada. A Fonte de Bastardo adiantou-se com a conquista do terceiro set (25-23), mas, desta vez, foram os açorianos a desperdiçar a vantagem. O Benfica forçou a negra (25-16) e, aí, os encarnados foram superiores (15-12). Nos instantes finais, as águias dispuseram de três match-points e, como no melhor pano cai a nódoa, Edson Valência falhou o serviço e a vitória ficou na Luz (3-2). O próximo jogo da final acontece a 29 de abril de novo em Lisboa, sabendo-se desde já que o título não fica decidido sem que se volte a jogar nos Açores.